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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Vacinação pode reduzir risco de perda auditiva em crianças

1,5 bilhão de pessoas vivem com algum grau de perda auditiva

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 5 de julho de 2025
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Vacinação pode reduzir risco de perda auditiva em crianças. | Foto: reprodução/Istock

Uma revisão de estudos conduzida por pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, destaca o papel da vacinação na prevenção da perda auditiva em crianças e adolescentes. Publicada em março no periódico Communications Medicine, a análise reúne quatro décadas de pesquisas sobre o impacto de imunizantes na proteção contra infecções capazes de provocar surdez, especialmente na infância.

Segundo o levantamento, diversas doenças causadas por vírus, bactérias e parasitas podem comprometer a audição de forma definitiva. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 60% desses casos seriam evitáveis por meio de estratégias de saúde pública, como o controle de doenças inflamatórias e a ampliação da cobertura vacinal.

Embora se saiba há tempos que infecções como meningite e rubéola congênita estão entre as principais causas de déficit auditivo infantil, os cientistas alertam para outras doenças imunopreveníveis com potencial semelhante, como a caxumba. A vacina tríplice viral, que também protege contra sarampo e rubéola, é uma das mais relevantes nesse contexto.

A pesquisa analisou o efeito de vacinas, tanto já disponíveis quanto em desenvolvimento, contra 26 agentes infecciosos associados à perda auditiva. Entre eles estão o Morbillivirus (sarampo), o Rubivirus (rubéola), além das bactérias Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae, frequentemente associadas à meningite.

Os autores apontam, no entanto, uma carência de dados provenientes de países de baixa renda. A maioria dos estudos revisados foi conduzida em nações de alto desenvolvimento, como Suécia, Finlândia, Japão e Estados Unidos, onde se observou uma queda na incidência de problemas auditivos após a introdução de vacinas como a tríplice viral. Novos imunizantes, como a vacina contra a malária, também foram apontados como potenciais aliados na redução global da surdez infantil.

O problema afeta uma parcela significativa da população mundial. De acordo com estimativas, 1,5 bilhão de pessoas vivem com algum grau de perda auditiva, o equivalente a 20% da população global. Entre crianças e adolescentes de até 15 anos, o número chega a 70 milhões. Dados históricos mostram que, entre 1990 e 2016, a perda auditiva foi a segunda deficiência mais comum em menores de cinco anos, impactando diretamente o desenvolvimento da fala, da cognição, da socialização e da alfabetização.

 

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