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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Rússia

“Estou decepcionado com ele” Trump declara sobre Putin

Em entrevista à BBC, Trump diz estar decepcionado com Putin, fala sobre tentativa de assassinato e reafirma apoio à Otan e à Ucrânia

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 15 de julho de 2025
“Estou decepcionado com ele” Trump declara sobre Putin
Presidente dos EUA afirma que chegou perto de um acordo de paz em quatro momentos e que não confia “em quase ninguém”. (Foto: Divulgação/ Casa Branca)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar decepcionado com Vladimir Putin, mas declarou que ainda não desistiu do líder russo. A declaração foi feita em entrevista por telefone à BBC News, um dia após o aniversário de um ano da tentativa de assassinato contra Trump durante um comício eleitoral em Butler, na Pensilvânia. Na conversa de 20 minutos, realizada do Salão Oval, o presidente também ameaçou impor sanções severas à Rússia e voltou a declarar apoio à Ucrânia e à Otan.

“Não confio em quase ninguém”, respondeu Trump ao ser questionado se ainda confiava em Putin. Segundo ele, um acordo para o fim da guerra já esteve próximo por quatro vezes, mas fracassou. “Estou decepcionado com ele, mas não desisti dele. Mas estou decepcionado com ele”, afirmou. Sobre os bombardeios russos, acrescentou: “Teremos uma ótima conversa. Eu direi: ‘Isso é bom, acho que estamos perto de conseguir isso’, e então ele derrubará um prédio em Kiev.”

Trump anunciou recentemente o envio de novas armas para a Ucrânia, incluindo o sistema de defesa Patriot, e estipulou um prazo de 50 dias para que Moscou aceite um acordo de cessar-fogo. Caso contrário, prometeu aplicar tarifas de 100% sobre a Rússia e advertiu que compradores de exportações russas também poderão ser sancionados. “Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias”, declarou.

Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta terça-feira (15) que as declarações de Trump são levadas a sério. “Certamente precisamos de tempo para analisar o que foi dito em Washington. E se e quando o presidente Putin considerar necessário, ele certamente comentará”, disse. Ele ainda declarou que “as decisões que estão sendo tomadas em Washington, nos países da Otan e diretamente em Bruxelas são percebidas pelo lado ucraniano não como um sinal de paz, mas como um sinal para continuar a guerra”.

O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, também reagiu. “Trump lançou um ultimato teatral ao Kremlin. O mundo estremeceu, esperando as consequências. A beligerante Europa ficou decepcionada. A Rússia não se importou”, escreveu Medvedev na rede social X, acrescentando que Moscou não teme as ameaças americanas.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, por outro lado, elogiou a mudança de postura de Trump. Em nota oficial divulgada após encontro com o chanceler da Áustria, Christian Stocker, ela afirmou: “Continuamos a não ver progressos do lado russo, que continua a atacar civis [ucranianos] de forma cada vez mais brutal, demonstrando o pouco compromisso de Moscou em construir a paz que todos buscamos, apesar do desejo de diálogo do governo Trump, que Putin decidiu não abraçar”.

Meloni destacou que “observamos uma mudança de postura por parte dos EUA e a saudamos”, referindo-se à ameaça de Trump de impor “tarifas secundárias” de 100% à Rússia caso não haja acordo em 50 dias. A declaração marca uma inflexão na relação entre os dois países, antes marcada por um discurso mais ambíguo de Trump em relação ao Kremlin.

Na mesma entrevista, o presidente americano evitou se aprofundar sobre a tentativa de assassinato da qual foi alvo. “Não gosto de pensar se isso me mudou”, disse. “Ficar remoendo isso poderia ser transformador.” Já sobre a Otan, entidade que anteriormente chamou de “obsoleta”, Trump afirmou seu apoio ao princípio de defesa mútua e disse que “o comércio é excelente para resolver guerras”.

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