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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
ALERTA

Entenda o que é e quais são os sintomas do câncer de intestino que matou Preta Gil

Doença foi diagnosticada na cantora em janeiro de 2023 e se espalhou para outras regiões do corpo nos últimos meses

Thais Airespor Thais Aires em 21 de julho de 2025
Câncer

A cantora Preta Gil morreu aos 50 anos, neste domingo (20), em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A artista lutava contra um câncer de intestino desde janeiro de 2023 e havia se mudado para o país norte-americano nos últimos meses, após passar por diversas etapas de tratamento no Brasil.

Preta Gil foi diagnosticada com um adenocarcinoma colorretal, tipo de câncer que atinge o intestino grosso. No início do tratamento, ela passou por sessões de quimioterapia e radioterapia. Em agosto de 2024, foi submetida a uma cirurgia para retirada dos tumores. No entanto, exames posteriores apontaram a metástase do câncer para outras regiões do corpo, o que exigiu a retomada da quimioterapia. Nos últimos meses, a cantora seguia em tratamento nos Estados Unidos.

Na última quarta-feira (16), Preta se sentiu mal durante uma sessão de quimioterapia. Após a piora no quadro clínico, foi internada e não resistiu.

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Preta Gil durante tratamento do câncer nos EUA

Câncer de intestino: o que é, causas e sintomas mais comuns

O câncer de intestino, também chamado de câncer colorretal, se desenvolve a partir da proliferação anormal de células na parede do intestino grosso. Em muitos casos, a doença tem início em pólipos — lesões benignas que, ao longo do tempo, podem se transformar em tumores malignos.

No Brasil, dados preliminares indicam um aumento alarmante da incidência de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos. O recente falecimento da cantora devido a complicações dessa doença, trouxe à tona essa realidade preocupante.

Os especialistas têm utilizado termos como “assustador” e “preocupante” para descrever essa tendência crescente. De acordo com médicos consultados pela BBC News Brasil, o câncer colorretal é uma questão de saúde global que requer atenção urgente.

O oncologista Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or, aponta que houve um aumento de até 70% na incidência desse tipo de câncer em pacientes jovens quando comparado há 30 anos. Nos Estados Unidos, onde essa tendência foi primeiramente identificada, a idade recomendada para exames preventivos caiu de 50 para 45 anos. No Brasil, sinais semelhantes começam a surgir.

Um relatório da Sociedade Americana de Câncer revelou que, em 2019, 20% dos diagnósticos de câncer colorretal nos EUA foram realizados em pessoas abaixo de 55 anos, uma taxa que dobrou desde 1995. As previsões para 2023 incluem aproximadamente 19.500 casos e cerca de 3.700 mortes entre os mais jovens.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os principais sintomas incluem:

  • Sangue nas fezes — embora também possa estar relacionado a outras condições, como hemorroidas, o sangramento persistente deve ser investigado.
  • Alterações nos hábitos intestinais — episódios frequentes de diarreia ou prisão de ventre, além de mudanças na frequência ou formato das fezes, podem indicar alterações no intestino.
  • Dores abdominais — cólicas constantes, sensação de inchaço ou presença de nódulos na região abdominal são sinais que merecem atenção.
  • Fraqueza e cansaço excessivos — pacientes com câncer de intestino podem desenvolver anemia, o que resulta em perda de energia e indisposição.
  • Perda de peso inexplicável — a redução rápida e involuntária de peso é um alerta comum em casos de cânceres no sistema digestivo.

Apesar de esses sintomas estarem associados a diversas doenças gastrointestinais, o Inca orienta que qualquer alteração persistente seja acompanhada por um profissional de saúde.

Leia também: Entenda o tratamento contra o câncer que Preta Gil realizou nos Estados Unidos

Fatores de risco e prevenção

O Ministério da Saúde destaca que o câncer de intestino está relacionado a diversos fatores, muitos deles ligados ao estilo de vida. Os principais são:

  • Dieta pobre em fibras e rica em carnes processadas;
  • Consumo excessivo de carne vermelha;
  • Obesidade;
  • Tabagismo e consumo abusivo de álcool;
  • Histórico familiar da doença;
  • Presença de doenças inflamatórias intestinais.

A recomendação dos especialistas é que, a partir dos 50 anos, pessoas sem histórico familiar façam exames de rastreio regularmente, como o teste de sangue oculto nas fezes. Já indivíduos com fatores de risco devem iniciar esse acompanhamento antes.

Segundo o Inca, o câncer colorretal é o segundo mais frequente entre as mulheres e o terceiro entre os homens no Brasil, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma. O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento e reduz a necessidade de intervenções mais agressivas.

O caso de Preta Gil volta a chamar atenção para a importância da detecção precoce e do acompanhamento médico diante de qualquer sintoma persistente. Embora não seja possível generalizar, a informação sobre sinais e fatores de risco pode auxiliar no diagnóstico antecipado da doença.

O tratamento do câncer colorretal pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação dessas abordagens, dependendo da extensão da doença e da condição clínica do paciente. A escolha do protocolo é definida de forma individual, conforme avaliação médica.

 

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