PF desarticula esquema internacional de tráfico de drogas com atuação em Goiás
Mandados são cumpridos em Goiânia e Anápolis; grupo enviava cocaína à Europa por aeroportos de SP e movimentava milhões em lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal realizou na manhã desta quarta-feira (23) a Operação Odysseus, com ações simultâneas em Goiás, São Paulo e Espírito Santo, para desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. A quadrilha atuava principalmente por meio dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e Viracopos (Campinas), de onde partiam remessas de cocaína para países europeus, como França, Bélgica e Portugal.
A operação é coordenada pela delegacia da PF em Campinas (SP) e cumpre seis mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas. Somente em Goiás, policiais federais cumpriram ordens judiciais em Goiânia e Anápolis. No total, 50 agentes participam da força-tarefa.
Além das prisões e buscas, a Justiça Federal autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões em contas de investigados e empresas ligadas ao grupo, por suspeita de lavagem de dinheiro. Um helicóptero avaliado em R$ 2 milhões também foi alvo de apreensão.
De acordo com a Polícia Federal, a investigação teve início após a prisão em flagrante de um homem e uma mulher, em fevereiro deste ano, tentando embarcar com 10 quilos de cocaína escondidos em uma mala falsa em um voo para Paris. A partir desse episódio, os investigadores conseguiram rastrear uma rede sofisticada de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na logística, financiamento e lavagem de dinheiro oriundo do tráfico.
A quadrilha operava em diversos estados e mantinha células ativas na Europa. Até o momento, a PF identificou ao menos 12 remessas de cocaína enviadas para o exterior por voos comerciais. A ação desta quarta-feira atinge aliciadores, financiadores e operadores da logística do tráfico, conforme apontam as investigações.
Os envolvidos devem responder por tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar 45 anos de prisão.
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