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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Tensão

Israel prepara controle total da Faixa de Gaza

Segundo TV israelense, Israel prepara ocupação total de Gaza após colapso nas negociações por libertação de reféns

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 4 de agosto de 2025
Israel prepara controle total da Faixa de Gaza
Ofensiva deve ser ampliada para alcançar cativeiros e impedir nova ameaça á Israel. (Foto: Emad El Byed/ Unsplash)

Israel caminha para a ocupação total da Faixa de Gaza, segundo informações divulgadas pela emissora israelense i24. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu ampliar a ofensiva militar no território palestino e vai apresentar nesta terça-feira (5) ao gabinete de governo um plano para assumir o controle completo da região. A medida surge após o colapso das negociações por um cessar-fogo que permitisse a libertação dos reféns israelenses ainda sob poder do Hamas.

Também nesta segunda-feira, Netanyahu confirmou que essa semana haverá um encontro que  será dedicado à definição de metas de guerra em Gaza. Embora não tenha detalhado o conteúdo da reunião, ele reforçou o objetivo de derrotar o Hamas, libertar os reféns e impedir que a Faixa represente riscos futuros. Segundo ele, é necessário continuar lutando para alcançar todos os objetivos da guerra, incluindo a eliminação das ameaças vindas de Gaza.

Fontes ligadas ao governo informaram à reportagem da emissora i24 que a nova fase da operação militar incluirá incursões em áreas onde os serviços de inteligência israelenses acreditam que estejam localizados os cativeiros dos reféns. Atualmente, estima-se que cerca de 50 israelenses ainda estejam em poder do grupo palestino, sendo que apenas 20 estariam vivos.

O endurecimento da estratégia militar ocorre em meio a uma nova onda de violência no território palestino. Na segunda-feira, ao menos 40 pessoas morreram em ataques aéreos e tiroteios promovidos por forças israelenses. Dez das vítimas estavam buscando ajuda humanitária quando foram atingidas, segundo informações de médicos locais. Os ataques aconteceram próximos a centros da Fundação Humanitária de Gaza (GHF).

A ONU informou que, desde o início das operações da GHF em maio de 2025, mais de mil pessoas foram mortas enquanto tentavam acessar ajuda, a maioria por disparos feitos por militares israelenses próximos às instalações da fundação. O Ministério da Saúde de Gaza também reportou que outras cinco pessoas, entre elas crianças, morreram de desnutrição entre domingo e segunda-feira, elevando para 180 o número de mortes por fome desde o início do ano.

Em paralelo à escalada militar, Israel tenta buscar apoio internacional para lidar com a situação dos reféns. No domingo (3), Netanyahu se reuniu com representantes da Cruz Vermelha para solicitar a entrega de ajuda humanitária aos israelenses em poder do Hamas. O grupo, por sua vez, condicionou qualquer cooperação à abertura de corredores humanitários permanentes e à suspensão dos bombardeios durante a distribuição.

As negociações se intensificaram após a divulgação de um vídeo gravado por Evyatar David, um refém israelense capturado pelo Hamas. No registro, David aparece visivelmente enfraquecido, segurando uma lata de lentilhas e afirmando que não come há dias.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, reagiu às imagens e disse que o mundo não pode permanecer em silêncio diante do que chamou de abuso sádico deliberado dos reféns, incluindo a privação de alimento. Organizações humanitárias ainda não conseguiram acesso aos sequestrados, e os familiares seguem sem informações consistentes sobre o paradeiro ou as condições dos cativos.

A movimentação israelense acontece num momento delicado para a diplomacia do país. Nações como Reino Unido, França, Alemanha, Canadá e Portugal avaliam reconhecer oficialmente o Estado palestino durante a próxima Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro.

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