O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Bastidores

Disputa para vice de Daniel ganha força entre gigantes do agro

Corrida pela vaga de vice na chapa de Daniel Vilela em 2026 evidencia embate entre dois nomes do agronegócio: Paulo do Vale e José Mário Schreiner

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 5 de agosto de 2025
Disputa para vice de Daniel ganha força entre gigantes do agro
Na foto, o ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale e o presidente da Faeg, José Mário Schreiner. Foto: montagem O HOJE

Bruno Goulart

A disputa pela vice de Daniel Vilela (MDB) em 2026 não será uma escolha protocolar de bastidores — tem se desenhado como um campo de batalha político entre caciques influentes do agronegócio goiano. De um lado, o ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (UB), com forte domínio no Sudoeste do Estado. Do outro, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, cuja força organizacional e vínculos com o setor produtivo o tornam nome natural para a composição. Mas apenas um irá subir ao palanque.

Vindo do sudoeste goiano

A movimentação política no entorno de Daniel Vilela, vice-governador e sucessor natural de Ronaldo Caiado (UB), começa a ganhar forma e intensidade. Os olhos se voltam para a definição do nome que irá compor a chapa ao governo em 2026 — e os bastidores indicam que o favoritismo, por ora, tem endereço certo: o Sudoeste goiano.

É de lá que parte a ofensiva do ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (UB), que articula para ser o escolhido de Daniel. Médico, político de perfil técnico e gestor bem avaliado, Paulo tem influência na região, sobretudo por sua ligação com o agro.

Leia mais: “Fechar parques e distribuidoras não torna a cidade mais segura”, diz pesquisador da UFG

Pai do deputado estadual Lucas do Vale, presidente do MDB local, o ex-chefe do Executivo de Rio Verde consolidou uma base sólida que abrange quase todo o Sudoeste, com exceção de Mineiros, reduto do prefeito Aleomar Rezende (MDB), que contou com o apoio de José Mário para se eleger, e Jataí, onde Geneilton Assis, do PL do senador Wilder Morais, venceu o MDB de Humberto Machado, prefeito por cinco mandatos na cidade dos Vilela.

Mas a força de Paulo do Vale não está restrita à sua região. Nos bastidores se diz que o ex-prefeito de Rio Verde teria buscado apoio estratégico no Entorno do Distrito Federal, terceiro maior colégio eleitoral de Goiás. O nome por trás dessa costura seria o do deputado federal Célio Silveira (MDB), um novo aliado do homem forte da família do Vale. Questionado pelo O HOJE sobre o apoio, Célio desconversou: “Ainda estamos vendo”.

Presidente da Faeg

A ascensão de Paulo do Vale, no entanto, esbarra diretamente nas pretensões de outro nome de peso: José Mário Schreiner, presidente da Faeg. Ligado ao Sistema S, influente no agro e com histórico político consistente, Zé Mário também é cotado para compor a chapa de Daniel. Seu grupo trabalha para assegurar que a vice seja ocupada por alguém com ampla capilaridade no setor produtivo — e ele próprio surge como o nome preferencial.

Para além da vice, os movimentos de José Mário também apontam para Brasília. Em 2022, sua candidata à Câmara foi Marussa Boldrin (MDB), que se elegeu deputada federal. Mas há rumores de que, em 2026, José Mário pode patrocinar outro nome: Pedro Sales, atual presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). Próximo da Faeg, Sales tem atuado em projetos financiados pelo Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) — fundo sustentado pelo agronegócio e voltado a obras de infraestrutura. Em julho, o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), que é ligado à Faeg, assumiu a execução de sete obras estratégicas para o escoamento da produção.

Apesar das especulações, Marussa reafirma seu compromisso com a bancada do agro. Ao O HOJE, declarou: “Zé Mário tem todas as credenciais para disputar qualquer cargo majoritário. Ele tem experiência política e em gestão e comprovou os resultados à frente da Faeg, Senar e Sebrae. O setor produtivo precisa ser representado em todas as esferas políticas de Goiás, é a força que move o Estado. Como integrante desse grupo, colocarei meu nome para continuar a defesa do setor produtivo em Brasília”.

Sem tomar partido

O prefeito de Rio Verde, Wellington Carrijo (MDB), também falou ao O HOJE. O atual chefe do Executivo na cidade evitou tomar partido direto, mas foi elogioso ao ex-prefeito Paulo. “Tenho um enorme respeito e admiração pelo ex-prefeito Paulo do Vale. Ele é um gestor que deixou um legado muito importante para Rio Verde e que tem todas as credenciais para contribuir em qualquer espaço público que venha a ocupar. Sobre a possibilidade dele ser vice do nosso amigo Daniel Vilela, vejo com bons olhos, mas acima de tudo respeito muito a condução e a liderança do nosso governador Ronaldo Caiado, que tem feito um trabalho firme e coerente à frente do Estado de Goiás. Tenho certeza de que qualquer decisão nesse sentido será tomada com sabedoria, diálogo e pensando no bem de Goiás.”

Carrijo também reconheceu o peso de José Mário como postulante. “O Zé Mário tem experiência e está entre os nomes citados. Cabe ao governador Caiado, com sua experiência e liderança, conduzir esse processo com equilíbrio. O mais importante é que a escolha do vice fortaleça o projeto político que vem transformando Goiás.” (Especial para O HOJE)

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Veja também