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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Combate à Fome

ONU diz que parte do gasto militar erradicaria a fome

Daniel Balaban afirma que 2% a 3% do orçamento global em armas seria suficiente para resolver crise alimentar; Brasil é citado como exemplo

Luana Avelarpor Luana Avelar em 14 de agosto de 2025
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Foto: iStock

O mundo gastou, em 2024, US$ 2,7 trilhões em armamentos. Para Daniel Balaban, representante do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU no Brasil, destinar apenas 2% a 3% desse valor para ações humanitárias permitiria erradicar a fome globalmente. “Quanto mais investimento em armamento, pior fica a questão humanitária”, disse, ao apontar que países desenvolvidos reduziram repasses para combater a fome e a pobreza, priorizando orçamentos de defesa.

Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado em julho mostra que Somália, Burundi, Comores, Sudão do Sul, Iêmen, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Paquistão, Mianmar, Bangladesh, Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua enfrentam níveis alarmantes de insegurança alimentar, agravados por conflitos, crises econômicas e eventos climáticos extremos. Balaban reforçou que “é um apelo que nós fazemos, que haja conscientização e que os governos dos países voltem a apoiar o combate à pobreza e à fome, somente assim teremos um planeta melhor”.

O Brasil, que deixou o Mapa da Fome após três anos, é citado como referência por políticas públicas como o Bolsa Família, premiado pelo Banco Mundial e replicado em países da África e América Latina. “Temos no Brasil políticas como o Bolsa Família, que já recebeu até prêmios do Banco Mundial e vários países do mundo como a África, estão estimulados e criando políticas de transferência de renda como o Bolsa Família”, afirmou.

Apesar do avanço, ele alerta que a insegurança alimentar ainda atinge 30 milhões de brasileiros. “É como aquele time que ganhou o campeonato e vai ter outros jogos. É importante que o Brasil continue promovendo políticas públicas, ainda temos 30 milhões de pessoas com algum tipo de insegurança alimentar. Temos que focar para que o país um dia chegue em um ponto que não tenha ninguém sofrendo por fome e isso é possível”. Balaban defende que essas políticas sejam permanentes: “É importante que as pessoas parem de ter preconceito em relação à política pública, porque é mais barato ter uma política pública de transferência de renda do que ter que arcar com os custos da fome e da extrema miséria”.

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