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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
acesso online

Conexão não é para todas as idades

Especialistas defendem controle familiar e respeito às faixas etárias recomendadas para acesso online

Luana Avelarpor Luana Avelar em 15 de agosto de 2025
15 MATERIA CREDITOS FreePik 1
Foto: Divulgação

A repercussão recente do vídeo do influenciador Felca, que aborda a “adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais”, colocou novamente em evidência um tema urgente: o impacto da exposição infantil no ambiente digital. Mais do que uma questão de moderação, a discussão envolve a responsabilidade de pais e responsáveis na preservação da infância e no controle do que é compartilhado publicamente.

Para a pediatra, mãe e avó, Dra. Lilian Zaboto, a tecnologia avança em ritmo acelerado, mas a maturidade emocional das crianças não acompanha essa velocidade. “Somos nós, pais, que devemos proteger, guiar e decidir o que mostramos ao mundo sobre nossos filhos”, afirma. Ela alerta para a permanência do conteúdo publicado, com potencial de repercutir por anos. “O que hoje parece uma lembrança fofa ou inofensiva, no futuro pode trazer consequências sérias para a vida pessoal e emocional de uma criança. Precisamos lembrar que a infância deve ser preservada, longe de julgamentos e pressões virtuais”, acrescenta.

As recomendações oficiais reforçam essa visão. De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), crianças com até 2 anos não devem ter contato com telas. Entre 2 e 5 anos, o limite é de uma hora por dia, sempre com supervisão. Após os 5 anos, o tempo máximo recomendado é de duas horas diárias, também com acompanhamento adulto. Já o uso de redes sociais é indicado apenas para maiores de 13 anos, considerando os riscos de interação com desconhecidos, exposição a conteúdos impróprios e a ausência de maturidade para lidar com a dinâmica das plataformas.

A médica ressalta que seguir orientações técnicas é apenas parte da tarefa. Mais importante, segundo ela, é compreender o peso da responsabilidade familiar sobre o que é exposto. “A imagem de uma criança é parte da sua segurança e da sua essência. Proteger isso é proteger o futuro dela”, enfatiza. Para especialistas, além de respeitar os limites de tempo de tela, é fundamental refletir sobre o conteúdo que se torna público e sobre como as crianças participam, muitas vezes sem plena consciência, da vida digital criada pelos adultos ao seu redor.

A preservação da privacidade das crianças não se restringe a decisões individuais, mas também a um esforço coletivo de educar, regulamentar e estabelecer parâmetros éticos para a exposição online. Afinal, a infância, preservada de julgamentos e pressões virtuais, é um direito que deve ser assegurado com o mesmo rigor dedicado à sua saúde física e emocional.

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