A série Dias Perfeitos, produção original do Globoplay lançada em 14 de agosto de 2025, rapidamente se tornou um dos maiores sucessos da plataforma. Inspirada no best-seller de Raphael Montes, a trama mergulha no suspense psicológico ao narrar a obsessão de Téo (Jaffar Bambirra), um estudante de medicina, pela jovem roteirista Clarice (Julia Dalavia). Mas afinal, como termina essa história marcada por tensão e reviravoltas?

⚠️ Atenção: o texto a seguir contém spoilers

A narrativa acompanha Téo, que leva uma vida solitária cuidando da mãe paraplégica até conhecer Clarice em um churrasco. Um simples beijo dado pela jovem para provocar ciúmes em seu namorado desperta no estudante uma fixação doentia. Diante da rejeição, ele decide sequestrá-la, acreditando que conseguirá transformá-la na parceira ideal. A partir daí, a história se desenvolve em quatro fases: Apresentação, Confinamento e Obsessão, Falsa Liberdade e Desfecho, costurando momentos de suspense e drama.

Um dos diferenciais da adaptação é a narrativa dupla. Enquanto o livro foca na perspectiva de Téo, a série abre espaço para a visão de Clarice, tornando-a mais do que uma vítima: ela se mostra uma personagem complexa, com voz própria e camadas de resistência. As gravações aconteceram no Rio de Janeiro, em cenários como Alto da Boa Vista e Mangaratiba, sob roteiro de Claudia Jouvin e direção de Joana Jabace.

O final da história

No romance original, o desfecho é sombrio: Clarice sofre um acidente, fica paraplégica, perde a memória e passa a acreditar que Téo é seu noivo. Os dois se casam e ela descobre estar grávida, vivendo uma falsa felicidade sem se lembrar do sequestro e da violência sofrida.

Já no Globoplay, a conclusão foi remodelada para oferecer uma nova perspectiva. Nos episódios finais, que chegam à plataforma em 28 de agosto, Clarice inicialmente desperta sem memória e aceita Téo como companheiro, assim como na obra literária. No entanto, aos poucos, começa a ter flashes que revelam a realidade do cárcere e dos abusos. Esses fragmentos culminam em um confronto direto com o sequestrador, em que Clarice assume o controle da situação e busca vingança, subvertendo a dinâmica de poder estabelecida desde o início.

A mudança no roteiro, segundo Claudia Jouvin, foi pensada para evitar um desfecho excessivamente opressivo e dar protagonismo à personagem feminina. “Queríamos que Clarice fosse mais do que uma vítima. Sua trajetória precisava refletir força e resiliência”, explicou. Raphael Montes, autor do livro e colaborador no roteiro, apoiou a decisão e destacou que as duas versões funcionam como histórias complementares, cada uma com seu próprio impacto emocional.

Com essa virada, Dias Perfeitos mantém o peso do suspense psicológico, mas entrega ao público uma conclusão que reforça a autonomia de Clarice e deixa espaço para reflexões sobre obsessão, poder e resistência.