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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Crise na saúde

Maternidade Nascer Cidadão interrompe todos os atendimentos médicos

Decisão foi tomada após anestesiologistas anunciarem interrupção dos serviços

Eduarda Leitepor Eduarda Leite em 22 de agosto de 2025
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, comunicou à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), nesta quarta-feira (20) a suspensão de todos os atendimentos médicos. Na última quinta (21), a Coopanest-GO, empresa responsável pelo serviço de anestesia, informou que interromperia completamente as atividades. Logo após, a nova política de funcionamento da Maternidade veio a público, em ofício assinado pelo diretor técnico Harley Ricardo Rodrigues.

Nesse contexto, odocumento determinou o encerramento das atividades assistenciais às 19h, citando o Código de Ética Médica e a necessidade de resguardar a segurança das gestantes. Além da Fundahc, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), o Ministério Público, o Samu, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros também receberam o documento sobre o funcionamento na maternidade.

Atendimentos na maternidade

Mesmo com a determinação, a Fundahc informou que a unidade segue em funcionamento para casos de urgência e emergência. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou ter enviado uma equipe à Nascer Cidadão. Isso com o objetivo de acompanhar a situação in loco e reorganizar os fluxos de atendimento.

O parto da crise nas maternidades

Em julho deste ano, outra unidade de saúde em Goiânia, o Hospital Célia Câmara, já havia registrado suspensão de partos e cesárias. Somado ao caso da Maternidade Nascer Cidadão, as unidades configuram parte da crise que se alastrou após decisão da Prefeitura de Goiânia.

O veredito da prefeitura determina o encerramento, no fim de agosto, dos convênios de gestão com a Fundahc. Além disso, trabalha para transferir a administração das três unidades para organizações sociais (OSs) contratadas emergencialmente.

No final de julho, a SMS notificou a Fundahc e instituiu uma comissão de transição. A partir do relatório técnico da superintendência de regulação da secretaria, a SMS propôs a comissão com o objetivo de regular falhas administrativas, descumprimento de metas e uso irregular do fundo rescisório entre 2020 e 2024.

Reação da UFG

A Universidade Federal de Goiás (UFG) é vinculada à fundação, e acusou a Prefeitura de criar uma narrativa falsa para justificar a ruptura. Em nota, a instituição afirmou que não houve descumprimento contratual, e que todos os repasses foram aplicados integralmente nas maternidades.

Ainda, a UFG destacou que presta contas regularmente, e que as ameaças de paralisação representavam alertas sobre a insuficiência de recursos diante da falta de repasses da SMS. Nesse contexto, a Fundahc cobra uma dívida de R$ 158,5 milhões acumulada desde 2018, sobretudo na gestão do ex-prefeito Rogério Cruz.

Retaliação

O prefeito Sandro Mabel (União Brasil) contesta o valor e diz que só irá arcar com débitos da atual administração. Segundo ele, o repasse mensal foi reduzido de R$ 20 milhões para R$ 12 milhões, pagos de forma regular.

“Acabou o tempo das vacas gordas. Não posso gastar R$ 8 milhões a mais por mês sem ver melhoria nos serviços”, afirmou Mabel, acrescentando que a UFG não teria expertise para administrar maternidades.

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