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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Denúncia

Justiça suspende concurso da Polícia Civil após denúncia de fraude e favorecimento

Decisão aponta uso de material de cursinho na prova oral, favorecendo candidatos

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 22 de agosto de 2025
Concurso policia civil
Justiça barra resultado de concurso da Polícia Civil após denúncia de fraude. Foto: Reprodução/Instagram (@josemoura.adv)

A Justiça de São Paulo suspendeu os resultados do concurso público para investigador da Polícia Civil. A decisão foi tomada nesta terça-feira (20), após denúncias de irregularidades durante a prova oral. Segundo os autos, examinadores teriam utilizado questões formuladas por um cursinho preparatório, em vez do material oficial da Academia da Polícia Civil (Acadepol).

De acordo com a denúncia, a prática beneficiou candidatos que tiveram acesso prévio ao conteúdo por meio das aulas do cursinho Concurseiro PRO. Uma imagem feita durante a aplicação da prova mostra uma examinadora lendo um documento do curso. Em junho, a instituição chegou a comemorar em redes sociais a aprovação de mais de 100 alunos no certame.

O concurso oferta 1.250 vagas de investigador, com salário inicial de R$ 5.879,68. A decisão de segunda instância, relatada pelo desembargador Aliende Ribeiro, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), destacou que o uso de material de cursinho compromete a isonomia entre os concorrentes. Para ele, a prática configura violação aos princípios da moralidade, impessoalidade e legalidade.

Com a decisão, o Estado de São Paulo está impedido de homologar o resultado final do concurso. As fases anteriores continuam válidas, mas a nomeação dos aprovados segue suspensa até o julgamento definitivo da ação.

O Concurseiro PRO se manifestou por meio de nota, alegando que seus professores apenas reproduziram perguntas feitas em arguições públicas de concursos anteriores, com o objetivo de preparar os alunos. A instituição negou qualquer vínculo com a banca examinadora e disse que não teve influência na escolha das questões no exame oral.

Candidatos que participaram da seleção relataram frustração com o caso. Um deles, que deixou o curso de formação da Polícia Militar de Santa Catarina para seguir no concurso paulista, afirmou que teve sua trajetória comprometida. “Eles brincam com sonhos, com vidas”, declarou.

A diretora da Acadepol, Márcia Ruiz, afirmou que os concursos da corporação continuam em andamento. Segundo ela, liminares judiciais têm sido cumpridas, sem comprometer a sequência das etapas. A seleção está atualmente na fase do exame psicotécnico para candidatos beneficiados por decisões judiciais, além dos exames médicos para pessoas com deficiência.

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