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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
'ECA digital'

Senado aprova projeto contra “adultização” de crianças e adolescentes

Proposta impõe novas regras a redes sociais, plataformas de jogos e publicidade direcionada a menores

Micael Silvapor Micael Silva em 27 de agosto de 2025
O projeto de lei que cria regras para proteger crianças e adolescentes da chamada “adultização” no ambiente digital Foto: Agência Senado
O projeto de lei que cria regras para proteger crianças e adolescentes da chamada “adultização” no ambiente digital Foto: Agência Senado

O Senado aprovou, nesta quarta-feira (27), o projeto de lei que cria regras para proteger crianças e adolescentes da chamada “adultização” no ambiente digital. A proposta, que ficou conhecida como “Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) digital”, já havia passado pela Câmara e agora segue para a sanção presidencial.

A votação ocorreu de forma simbólica e contou com adesão quase unânime dos senadores. Apenas Eduardo Girão (Novo-CE), Carlos Portinho (PL-RJ) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) se posicionaram contra. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), conduziu a sessão usando um adesivo no terno com os dizeres “criança é prioridade”, repetido também por parlamentares da oposição e da base governista.

De autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-ES), o projeto estabelece que plataformas digitais deverão facilitar aos pais o acesso a informações sobre a navegação dos filhos, garantindo mecanismos de controle parental e medidas de proteção. As empresas que não cumprirem as regras estarão sujeitas a sanções que vão de advertências a multas de até R$ 50 milhões.

Entre os pontos principais, estão:

  • Privacidade: proteção máxima de dados por padrão, sem coleta excessiva de informações.

  • Verificação de idade: bloqueio de acesso a conteúdo adulto sem sistemas confiáveis.

  • Controle parental: limite de tempo, contatos e geolocalização sob responsabilidade dos pais.

  • Jogos eletrônicos: proibição de “loot boxes” para menores, equiparados a jogos de azar.

  • Publicidade: vedação de anúncios direcionados a crianças com base em perfil ou emoções.

  • Redes sociais: contas de menores deverão ser vinculadas a responsáveis legais, sem perfis comerciais.

  • Proteção contra exploração sexual: plataformas devem notificar autoridades e remover conteúdos abusivos imediatamente.

  • Transparência: empresas com mais de 1 milhão de usuários menores terão de publicar relatórios semestrais.

  • Sanções: multas de até R$ 50 milhões e possibilidade de suspensão temporária das atividades.

  • Fabricantes: produtos conectados à internet precisarão exibir alertas sobre riscos digitais.

Leia mais:Impacto Felca: adultização precoce nas redes sociais mobiliza debate sobre proteção infantil

O texto também prevê que a fiscalização seja feita por uma autoridade nacional autônoma, responsável por regulamentar e acompanhar o cumprimento da lei.

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