Cantor sertanejo morto a tiros tinha histórico de crimes e era apontado como grande traficante em Goiânia
Conhecido na cena sertaneja, o artista também acumulava um longo histórico criminal
O cantor e compositor Yuri Ramirez, de 47 anos, foi morto a tiros dentro de uma casa no bairro Santa Emília, em Campo Grande (MS), na manhã de sábado (30). Conhecido na cena sertaneja, o artista também acumulava um longo histórico criminal, que incluía tráfico de drogas, contrabando de armas e até uma condenação por estupro.
Segundo a Polícia Civil, dois homens armados invadiram o imóvel onde Ramirez vivia, se identificaram como policiais e abordaram a moradora da residência. Em seguida, seguiram até o quarto em que o cantor estava. Ele foi surpreendido e atingido por oito disparos, morrendo no local. A perícia encontrou 12 cápsulas de pistola espalhadas pela cena do crime. Os suspeitos fugiram e ainda não foram identificados.
Prisão domiciliar e histórico criminal
Ramirez havia deixado a prisão em julho deste ano e cumpria pena em regime domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica. Para atender à exigência da Justiça de manter residência fixa, passou a viver com uma mulher que o acolheu na casa onde ocorreu a execução.
Em 2018, foi preso em Goiânia por uso de documento falso. Na ocasião, a Polícia Civil o apontou como um dos maiores traficantes de drogas e armas da região Noroeste da capital goiana, integrante de uma facção criminosa. Investigações mostraram que a casa onde morava funcionava como ponto de venda de entorpecentes. O cantor teria comercializado cerca de 800 quilos de maconha vindos do Paraguai e negociado armas de fogo, incluindo um fuzil AK-47.
Antes disso, Ramirez já havia sido condenado no Mato Grosso do Sul, após ser flagrado com 20 quilos de drogas. Durante a prisão em Goiânia, apresentou um documento falso em nome de “Alexandre Nunes”.
Carreira musical
Apesar do envolvimento com o crime, Ramirez também construiu trajetória na música sertaneja. Natural de Campo Grande, começou a carreira ainda na adolescência, inicialmente influenciado pelo rock, até migrar para o sertanejo, inspirado pelo pai.
Em 2020, formou uma dupla e se apresentou em estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso. Mais tarde, seguiu carreira solo, dividindo palco com artistas de renome, como Maria Cecília e Rodolfo. Em entrevistas, afirmou ter escrito mais de 240 composições inéditas, entre elas as músicas “Boca Errada” e “Novo Engano”, lançada em 2024.
Investigação
O caso foi registrado como homicídio qualificado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Cepol, em Campo Grande. A Polícia Civil investiga a motivação do crime e busca identificar os executores, que teriam se passado por policiais para entrar no imóvel.