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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
PROTESTO

Servidores protestam contra falhas no atendimento do Imas em Goiânia

Manifestantes cobram aporte da prefeitura para quitar dívidas do instituto e relatam prejuízos financeiros com consultas e exames pagos por fora

Anna Salgadopor Anna Salgado em 16 de setembro de 2025
Servidores municipais se reuniram em frente ao Imas e denunciaram dívidas e descredenciamentos de clínicas
Servidores municipais se reuniram em frente ao Imas e denunciaram dívidas e descredenciamentos de clínicas |Foto: Eduarda Leão/O HOJE

Na manhã de ontem (15), servidores públicos do município realizaram protestos em frente ao Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas), em Goiânia, para reivindicar melhorias nos planos de saúde. Os trabalhadores denunciaram a falta de atendimento em diversas especialidades, o descredenciamento de prestadores e dívidas milionárias do Instituto.

Em entrevista exclusiva, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), Aliandro Paulo, afirmou que a situação é crítica. “O atendimento não está ocorrendo porque vários prestadores de viagem foram descredenciados pelo Imas e está faltando esse tipo de atendimento. Não tem atendimento oftalmológico, ortopédico, não tem atendimento pediátrico. Então a gente está aqui porque é descontado mensalmente do salário de servidor. Então o Cinto de Saúde de Goiás, juntamente com o Sintego, vem chamando esse movimento para que o Imas seja reestruturado novamente. A prefeitura de Goiânia tem que fazer um aporte financeiro para que o Imas pague as suas dívidas, porque é descontado mensalmente o servidor e a gente não sabe para onde está esse dinheiro”, disse.

Segundo ele, a dificuldade atinge até casos emergenciais. “A gente tem buscado diálogo com a prefeitura, com o Imas, onde está atendendo a ginecologia, onde faz exame de imagem, qual hospital está atendendo a emergência, eu fraturei meu joelho, eu já que atendi a ortopedia, sem resposta. É um servidor ajudando o outro, porque ninguém fala que o atendimento está acontecendo”, completou.

Durante o protesto, servidores relataram prejuízos financeiros por precisarem recorrer à rede particular e também foram cobrados posicionamento político pelos servidores. “Eu gostaria de ir para a Câmara Municipal de Goiânia, para os vereadores, para eles se posicionarem, porque na época de eleição eu sou pela saúde, eu sou pela educação, eu sou pelo servidor público, mas quando eles ganham, eu sinceramente, uns três que fazem alguma coisa, uns três, quatro, cinco, no máximo, que eu vejo fazer alguma coisa aqui na Câmara, realmente trabalhando, se mostrando, participando das coisas, mas eu não vejo isso em relação aos vereadores, eu não estou vendo isso”, criticou uma das protestantes.

Outra servidora aposentada da saúde que também participou do ato contou que sua filha teve que pagar o parto em hospital particular após o descredenciamento da médica que fazia o pré-natal. “Foi o que aconteceu com a minha filha, ela fez o pré-natal com a médica, pagando todas as consultas porque foi descredenciada. Chegou o dia dela ganhar o neném, não tinha nem um hospital atendendo pelo menos. Ela teve que ir a um hospital particular, fazer particular. Até onde nós vamos chegar nessa situação?”, questionou.

Outro servidor presente destacou que a dívida do Instituto estaria em torno de R$ 250 milhões.  “A gente não está tendo esse diálogo. A dívida de Imas hoje está em torno de 250 milhões. Então a gente tenta conversar com o prefeito, o Sandro Mabel, e não atende. E com isso vai ficando dessa maneira, vai virando uma bola de neve. Essa dívida já vem de algum tempo, mas a gente sabe que a Prefeitura tem condições de arcar com essa dívida, de fazer o pagamento e assim todos os prestadores voltarem a prestar o atendimento de qualidade para os servidores da Prefeitura de Goiânia”, declarou.

Ele também falou sobre a desvalorização dos profissionais da saúde. “Então, atualmente a gente não é valorizado. A gente vê nos postos de saúde, nas unidades de saúde, nos hospitais, nos Cais, muitos servidores estão adoecidos, por quê? Falta medicação, falta condições de trabalho, o servidor tem que tirar mesmo do próprio bolso para poder fazer um atendimento ao usuário do SUS que está indo ali nas unidades, e com isso vai causando o adoecimento do servidor. Com esse adoecimento, o servidor vem no Imas procurar atendimento e não tem o atendimento”, continuou.

Em resposta, o Imas afirmou, em nota, que os contratos de 2025 estão em dia.  “O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia esclarece que, na atual gestão, todos os prestadores estão atendendo em regime de contrato, onde estabelece os critérios de atendimento. Informamos ainda que, os pagamentos de contratos vigentes de 2025 estão rigorosamente em dia. Em relação aos pedidos de consulta com especialista e exame informamos que, no Portal do Beneficiário é possível consultar a lista de médicos por especialidade, além de clínicas e hospitais credenciados. O Imas reforça seu compromisso na prestação de uma assistência à saúde de qualidade e eficiente.”

Pelas redes sociais, o Sindsaúde convocou novos atos. “É urgente reestruturar o Instituto, com participação efetiva do Conas e das entidades sindicais, que já apresentaram propostas para garantir sustentabilidade e evitar qualquer risco de privatização. O sindicato e demais entidades seguirão firmes na luta em defesa do Instituto e da saúde de todos os servidores e servidoras de Goiânia.”

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