Você já reparou que os pets de estimação mudam de comportamento conforme o tempo passa? Aquele cãozinho brincalhão ou o gatinho cheio de energia pode, de repente, começar a se mostrar mais reservado. Isso não significa que o amor diminuiu. Na verdade, a ciência acaba de mostrar que essa transformação faz parte do processo natural da vida animal.

A pesquisa é curiosa e mostra um lado pouco conhecido dos bichinhos que dividem a rotina com tantas famílias. Vale a pena ler até o final e entender como isso afeta o dia a dia com os companheiros de quatro patas.

Mudanças de comportamento fazem parte da vida dos pets de estimação

Um estudo realizado na Universidade de Leeds, no Reino Unido, analisou mais de 150 espécies diferentes, entre elas cães, gatos, galinhas e até pássaros. O resultado chamou atenção: os pets de estimação, assim como os humanos, tendem a mudar o jeito de se relacionar quando envelhecem. A pesquisa mostrou que eles reduzem o contato social e podem aparentar estar mais rabugentos.

Mas por que isso acontece? Segundo os pesquisadores, esse comportamento tem relação com um mecanismo de proteção. Com a idade, o sistema imunológico dos pets de estimação fica mais sensível. Ao se afastarem de interações constantes, eles acabam diminuindo o risco de pegar infecções. Em outras palavras, ser mais reservado pode ser uma forma de se manter saudável.

No caso das aves, por exemplo, foi possível perceber que as mais velhas ficavam menos sociáveis, mas apresentavam maior resistência contra doenças. Já cães e gatos, que são os pets de estimação mais comuns, também mostraram essa tendência a diminuir vínculos com outros animais, possivelmente porque já não compartilham os mesmos interesses que os mais jovens.

O que pode estar por trás da “rabugice” dos pets de estimação

É importante lembrar que nem toda mudança de humor dos pets de estimação está ligada apenas ao envelhecimento natural. O estudo também chamou atenção para sinais que podem indicar algo além da idade. Um pet que demonstra mau humor excessivo pode estar enfrentando dificuldades de saúde.

Entre os fatores apontados estão a perda de visão, a redução da audição, alterações no sono, dores articulares e até problemas cognitivos. Essas condições podem fazer com que o comportamento mude de forma mais evidente, tornando os pets de estimação menos tolerantes e mais fechados.

Por isso, quando a rabugice parece fora do normal, o ideal é buscar ajuda profissional. O acompanhamento com um médico veterinário é fundamental para identificar se existe algum problema físico ou neurológico que esteja afetando o bem-estar. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores as chances de oferecer qualidade de vida.

Esse cuidado é essencial, já que muitas vezes o tutor pode interpretar a mudança de humor dos pets de estimação como simples “manha” ou “birra”, quando na verdade o bichinho pode estar passando por desconfortos que não consegue demonstrar de outra forma.

Leia também: São Paulo proíbe correntes em cães e gatos e endurece lei contra maus-tratos

Como lidar com pets que estão envelhecendo

Saber que os pets de estimação podem mudar de comportamento com o passar do tempo ajuda a encarar essa fase com mais compreensão. É natural que um cão mais velho já não demonstre a mesma energia para brincar ou que um gato prefira passar mais horas descansando em vez de interagir.

Uma forma de ajudar nesse processo é respeitar o espaço do animal. Forçar interações pode gerar estresse. O ideal é observar os sinais que ele dá e adaptar a rotina conforme suas necessidades. Caminhadas mais curtas, brinquedos adequados à idade e momentos de descanso em ambientes tranquilos são algumas atitudes que podem fazer a diferença.

Além disso, a visita regular ao veterinário deve fazer parte do cuidado. Esse acompanhamento garante que possíveis problemas de saúde sejam detectados e tratados rapidamente. Afinal, o objetivo é proporcionar aos pets de estimação uma vida longa, confortável e com o máximo de bem-estar possível.

Outra dica é manter uma alimentação adequada e oferecer estímulos que respeitem os limites da idade. Mesmo que eles fiquem mais reservados, ainda precisam de carinho, atenção e companhia. Cada fase da vida tem sua beleza, e aprender a lidar com essas mudanças é também uma forma de fortalecer o vínculo.