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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Consumo irregular

Jovens lideram consumo de bebidas ilegais no Brasil, aponta pesquisa da USP

Levantamento revela que 24% dos brasileiros aceitariam consumir álcool adulterado ou contrabandeado; casos de intoxicação por metanol reforçam alerta

Luana Avelarpor Luana Avelar em 4 de outubro de 2025
pessoas curtindo noite de cinema
Foto: FreePik

Um levantamento da Escola de Segurança Multidimensional da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Ipsos, indica que quase um quarto dos brasileiros aceitaria consumir bebidas ilegais, incluindo as adulteradas ou contrabandeadas. A tolerância é ainda maior entre jovens de 18 a 34 anos: nessa faixa etária, 33% afirmaram que não se preocupam com a procedência do que ingerem.

A pesquisa ouviu 3.000 pessoas em todo o país, em entrevistas presenciais e online, e aponta para um problema de percepção cultural. De acordo com o professor Leonardo Piquet, responsável pelo estudo, muitos consumidores relativizam a ilegalidade. “Uma boa parte diz que aceitaria comprar uma bebida ilegal se o preço fosse bom. Isso mostra como relativizam a importância das leis”, avaliou. Para ele, a prática está relacionada à crença de que normas protegem apenas grandes indústrias ou autoridades, abrindo espaço para o consumo de produtos ilícitos.

O resultado ganha relevância diante do aumento recente de casos de intoxicação por metanol em bebidas clandestinas, que levaram à internação de pacientes em Goiás e no Distrito Federal. A substância, usada irregularmente na adulteração, pode causar danos irreversíveis ao fígado, ao sistema nervoso e à visão, além de levar à morte. Operações do Procon-SP e da Polícia Civil têm intensificado a fiscalização em estabelecimentos comerciais e pontos de venda informais.

Além das bebidas, o estudo também registrou que 11,5% dos entrevistados já usaram ou usam cigarros eletrônicos — um item sem regulamentação no Brasil. Entre esses usuários, 64,9% têm consciência da ilegalidade do produto. A compra ocorre principalmente em lojas físicas (33%) e no comércio ambulante (23%).

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