Dia dos Professores: descubra a origem da data comemorativa
O dia dos professores tem raízes históricas que remontam ao século XIX
O Dia dos Professores, celebrado nesta quarta-feira (15/10), tem raízes históricas que remontam ao século XIX. A data surgiu a partir de um marco importante para a educação brasileira: em 1827, o imperador Dom Pedro I sancionou uma lei que criou o ensino elementar no Brasil, determinando que todas as cidades deveriam ter escolas de primeiras letras. Esse decreto é considerado o ponto de partida para a valorização formal do ensino no país.
Mais de um século depois, em 1947, um grupo de educadores de São Paulo decidiu transformar o 15 de outubro em um dia de reflexão e homenagem à profissão. Na ocasião, os professores aproveitaram a data para discutir os rumos da educação e destacar a importância do trabalho docente para o desenvolvimento da sociedade. A iniciativa se espalhou rapidamente por outras regiões, consolidando a data como um momento de reconhecimento e respeito à categoria.
Quem escuta a voz cansada dos professores?
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O movimento ganhou força nacional em 1963, quando o então presidente João Goulart sancionou o decreto que instituiu oficialmente o Dia do Professor como feriado escolar em todo o país. Desde então, o 15 de outubro passou a ser celebrado anualmente em escolas públicas e particulares, com homenagens, eventos e atividades voltadas à valorização dos profissionais da educação.
Importância do dia dos professores

A data representa mais do que uma simples comemoração: é um símbolo de gratidão e reconhecimento aos educadores que se dedicam à formação intelectual, social e ética de milhões de brasileiros. Hoje, ao longo de todo o país, escolas e instituições de ensino celebram o 15 de outubro como um momento de agradecimento e reflexão sobre a importância da educação de qualidade e do respeito àqueles que tornam o aprendizado possível: os professores.
Impacto da data na economia
O dia dos Professores tem se consolidado como uma das datas de maior movimento no segundo semestre para o comércio de presentes e serviços personalizados. De acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas voltadas à data devem crescer cerca de 4,5% em 2025, movimentando aproximadamente R$ 680 milhões em todo o país.
O aumento é impulsionado pela busca por lembranças simbólicas, como livros, canecas, agendas e arranjos florais e pela expansão do mercado de presentes corporativos. Segundo o Instituto Fecomércio de Goiás, micro e pequenos empreendedores locais têm aproveitado a data para lançar produtos temáticos e reforçar o relacionamento com escolas e instituições privadas. Em Goiânia, por exemplo, floriculturas e papelarias relatam alta de até 30% nas encomendas na primeira quinzena de outubro.

Embora o gasto médio por consumidor ainda seja modesto (cerca de R$ 85, segundo o Datafolha), o comportamento do consumidor vem mudando. Há uma valorização crescente de itens com significado afetivo ou utilidade prática, reflexo de um mercado que prioriza experiências mais personalizadas.
Empresas de eventos, cafeterias e livrarias também registram aumento na procura por serviços para homenagens internas e confraternizações. “O público procura algo que demonstre reconhecimento. As escolas têm optado por experiências, como cafés especiais ou pequenas cerimônias, em vez de presentes individuais”, explica a economista Carla Nascimento, especialista em consumo e comportamento do Sebrae.
Desafios da profissão
A Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis/OCDE) mostra que 82% dos professores brasileiros afirmam lidar com altos níveis de estresse e carga administrativa. Esses dados refletem um cenário de valorização simbólica, mas de reconhecimento econômico ainda limitado.
“Celebrar o Dia dos Professores é reconhecer o papel fundamental da educação na economia, mas também é o momento de repensar modelos de carreira e remuneração”, avalia o economista Marcos Azevedo, professor da Universidade Federal de Goiás. Para ele, a data deveria servir não apenas ao comércio, mas como oportunidade para discutir o investimento em capital humano e inovação educacional.