Lavar as mãos segue como barreira mais eficaz contra infecções respiratórias
Estudo mostra que hábito reduz em média 17% dos casos de doenças agudas; infectologista reforça importância do gesto no dia a dia
Em meio a inovações tecnológicas e avanços na biomedicina, uma medida simples continua sendo decisiva para proteger a saúde: lavar as mãos. O gesto, rotineiro e por vezes subestimado, é apontado como uma das estratégias mais eficazes para prevenir doenças respiratórias, segundo especialistas.
Um estudo publicado em 2023 na revista The Lancet analisou 26 pesquisas com mais de 160 mil pessoas em países de baixa e média renda e concluiu que intervenções que estimulam a lavagem das mãos com sabão reduziram, em média, 17% dos casos de infecção respiratória aguda.
Mãos que carregam o risco
A infectologista Heloina Claret de Castro, lembra que a prática é decisiva para frear a circulação de microrganismos. O risco, explica, está no dia a dia: “As mãos são um dos maiores veículos para os microrganismos, já que as utilizamos constantemente para tocar superfícies corpóreas e inanimadas que podem estar contaminadas. Por isso, a higienização adequada é fundamental para interromper a cadeia de transmissão”.
Entre os agentes que se disseminam facilmente pelas mãos estão estafilococos, enterobactérias e vírus de grande circulação, como os da influenza, da covid-19 e o vírus sincicial respiratório (VSR).
Entre água, sabão e álcool
A dúvida comum entre água e sabão ou álcool em gel tem resposta objetiva. “A lavagem das mãos com água e sabão é mais eficaz quando há sujidades visíveis. Já o álcool a 70% é ideal para situações do dia a dia, como após tocar superfícies potencialmente contaminadas, maquininhas de pagamento ou maçanetas em locais públicos. No ambiente hospitalar, o recomendado é usar as duas técnicas: primeiro água e sabão, depois álcool”.

O aprendizado que não deveria se perder
A especialista reforça que o aprendizado da pandemia não deve ser abandonado. “Esses hábitos deveriam ser mantidos permanentemente. A higiene das mãos não é apenas uma medida de cuidado individual, mas um ato de responsabilidade coletiva”.
Na avaliação da médica, o gesto, embora pequeno, carrega enorme alcance social. “É um gesto pequeno, mas com impacto enorme na prevenção de doenças e na promoção da saúde”.
