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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
UNIÃO?

Governo anuncia escritório emergencial para enfrentar crime organizado no Rio de Janeiro

Nova estrutura pretende agilizar decisões e integrar ações de forças federais e estaduais após megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha

Thais Airespor Thais Aires em 30 de outubro de 2025
Rio
A iniciativa da criação do escritório contra o crime surge após a Operação Contenção, que deixou mais de 100 mortos no Rio Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciaram nesta quarta-feira (29) a criação de um escritório emergencial para o enfrentamento ao crime organizado no estado. A medida foi definida após a megaoperação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou mais de 100 mortos.

O novo escritório busca unificar a atuação das forças federais, estaduais e municipais em ações de segurança pública. A coordenação será dividida entre o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, e o secretário de Segurança do Rio, Victor Santos. “É um fórum onde as forças vão conversar entre si e tomar decisões rapidamente até que a crise seja superada. Este é o embrião daquilo que queremos criar com a PEC da Segurança Pública, que está sendo discutida no Congresso Nacional”, explicou Lewandowski.

De acordo com o ministro, a proposta é aproximar os diferentes níveis de governo e reduzir a burocracia em operações conjuntas. “O modelo busca sincronizar as ações da União, dos estados e dos municípios, respeitando as competências de cada órgão”, destacou.

O governador Cláudio Castro afirmou que o foco principal é garantir a segurança da população. “Queremos eliminar barreiras para fazer uma segurança pública que atenda o nosso verdadeiro e único cliente, que é o cidadão”, disse.

O encontro entre as autoridades ocorreu no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, um dia depois de Castro cobrar mais apoio do governo federal no combate às facções criminosas. Segundo ele, o Rio enfrenta um cenário de conflito intenso entre organizações criminosas e forças de segurança, especialmente após a operação que teve como alvo integrantes do Comando Vermelho.

Durante a reunião, Lewandowski anunciou o envio de 50 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para reforçar a vigilância nas rodovias do estado. Além disso, o número de agentes de inteligência será ampliado, com o objetivo de aprimorar o monitoramento de atividades de facções.

O governo federal também colocou à disposição peritos da Polícia Federal e vagas em presídios federais de segurança máxima para transferências de líderes criminosos, caso o governo do estado solicite. “O Ministério da Justiça está pronto para apoiar o Rio de Janeiro no que for necessário para restabelecer a ordem”, afirmou o ministro.

O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, destacou que o escritório emergencial deve funcionar como uma base de articulação entre as diferentes forças. “Não se trata apenas de reforço policial, mas de uma coordenação estratégica permanente entre órgãos que historicamente atuam de forma separada”, disse.

Leia também: Governadores se unem em apoio a Cláudio Castro e defendem endurecimento contra o crime após megaoperação no Rio

Contexto da megaoperação no Rio

A criação do escritório ocorre em meio às repercussões da Operação Contenção, considerada a mais letal da história do país. A ação foi deflagrada com o objetivo de desarticular a cúpula do Comando Vermelho e resultou em uma série de confrontos armados nas comunidades do Alemão e da Penha.

Durante a operação, criminosos reagiram bloqueando ruas, incendiando veículos e montando barricadas em diferentes pontos da capital. O balanço oficial registrou mais de 100 mortes, entre elas a de quatro policiais. O número de vítimas ainda está sendo apurado pelas autoridades.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro e o Ministério Público Estadual acompanham as investigações sobre as circunstâncias das mortes. A operação também gerou críticas de organizações de direitos humanos, que pediram apuração independente e transparência nas informações.

Próximos passos

Segundo o Ministério da Justiça, o escritório emergencial funcionará temporariamente até a normalização do cenário de segurança no estado. A previsão é de que a estrutura evolua para um modelo permanente de integração, previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, em discussão no Congresso Nacional.

O governo federal informou ainda que novas medidas de apoio logístico e tecnológico estão sendo avaliadas para ampliar a atuação das forças de segurança no Rio. Entre as possibilidades estão o uso de aeronaves de monitoramento, compartilhamento de dados de inteligência e ampliação de recursos para perícias.

 

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