Polícia prende caçadores de onça-pintada em São Miguel do Araguaia
Suspeitos recebiam até R$ 5 mil por animal abatido e registravam as caçadas em vídeos; espécie é ameaçada de extinção.
A Polícia Militar de Goiás, por meio do Batalhão de Polícia Militar de Operações Ambientais (BPMOA), prendeu dois dos maiores caçadores de onça-pintada do Brasil. A ação aconteceu em São Miguel do Araguaia, na região norte do estado, após denúncias anônimas sobre a caça ilegal de animais silvestres na região.
Durante a operação, os policiais apreenderam celulares que continham vídeos gravados pelos próprios suspeitos. Nas imagens, as onças aparecem abatidas com marcas de tiro, enquanto diversos cães avançam contra os animais.
Em uma das gravações, uma onça ainda está viva, caída no chão, tentando se defender com dificuldade, enquanto é cercada e mordida por vários cachorros. Ao fundo, é possível ouvir gritos de comemoração e incentivo, reforçando a crueldade e o caráter organizado da prática.
De acordo com o BPMOA, os caçadores recebiam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil por cada onça abatida, indicando um esquema de caça remunerada.
Armas apreendidas e objeto usado como troféu pelos caçadores

Com os suspeitos, a polícia apreendeu três armas de fogo — duas delas registradas sob a categoria CAC (Colecionadores, Atiradores e Caçadores) e uma ilegal. Também foi encontrada uma presa de onça, usada como troféu, símbolo da exploração da espécie como objeto de exibição.
Os homens foram autuados por caça ilegal, crime ambiental, e também por posse irregular de arma de fogo.
A onça-pintada é considerada espécie ameaçada de extinção e desempenha função essencial no equilíbrio ecológico como predadora de topo. Quando a população desse animal diminui, todo o ecossistema é impactado — desde o controle de presas até o ciclo de vegetação.
Segundo o BPMOA, a captura dos suspeitos representa um avanço importante no combate aos crimes contra a fauna na região, onde casos semelhantes vêm crescendo.
Até o momento, os nomes dos detidos não foram divulgados. As investigações prosseguem para identificar possíveis financiadores, compradores e outros membros do grupo.