Hamas chama quebra de cessar-fogo em Gaza de “escalada perigosa”
Bombardeios israelenses deixam 32 palestinos mortos e 88 feridos
Ataques aéreos lançados por Israel na Faixa de Gaza entre quarta-feira (19) e a manhã desta quinta (20) deixaram ao menos 32 palestinos mortos, além de 88 pessoas feridas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. A pasta informou que entre as vítimas fatais estão 12 crianças e oito mulheres.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), as ações foram dirigidas a posições do Hamas depois que “vários terroristas” teriam aberto fogo contra soldados israelenses que atuavam em Khan Younis, no sul do território. O comando militar afirmou que “esta ação constitui uma violação do acordo de cessar-fogo” e declarou que nenhum de seus militares ficou ferido durante a operação.
Hamas nega ter quebrado cessar-fogo
O Hamas rejeitou a versão israelense e classificou os ataques como uma “escalada perigosa”. O grupo acusou Israel de tentar “justificar seus crimes e violações contínuos” e cobrou que os Estados Unidos exerçam “pressão imediata e forte” para que o país “respeite o cessar-fogo e cesse a agressão contra o nosso povo”.
Com os novos bombardeios, subiu para 312 o número de palestinos mortos desde o início da trégua. Esta é a terceira vez que Israel rompe o cessar-fogo instaurado a partir do plano apresentado por Donald Trump, em vigor há pouco mais de um mês. Nos episódios anteriores, Israel também afirmou ter respondido a violações do Hamas. O primeiro ocorreu em 19 de outubro, quando mais de 30 pessoas morreram, e o segundo em 28 do mesmo mês, quando mais de 100 palestinos foram mortos em “ataques poderosos” autorizados pelo premiê Benjamin Netanyahu. Em ambos, o cessar-fogo foi retomado horas depois.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, após a invasão do Hamas que deixou mais de 1.200 israelenses mortos e outras 250 pessoas sequestradas. A resposta israelense desencadeou uma ofensiva em larga escala em Gaza. Mesmo com a trégua vigente desde 13 de outubro, o conflito já contabiliza cerca de 69,5 mil mortos e mais de 170 mil feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, números reconhecidos pela ONU.