Policiais penais são afastados após agressões ao preso que deu 61 socos na namorada no RN
De acordo com a defesa, ele foi colocado em uma cela isolada, deixado nu e algemado, e sofreu agressões com socos, chutes, cotoveladas e spray de pimenta.
A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) afastou dez policiais penais suspeitos de agredir o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, preso por espancar a namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador em Natal (RN). O afastamento, confirmado na quarta-feira (19), realocou os agentes para outras unidades enquanto o caso segue sob investigação em processo sigiloso.
Segundo a Seap, a realocação ocorreu devido à “incontestável necessidade do serviço público”. A pasta transferiu os policiais penais para o Complexo Penal Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró, na região Oeste. Além disso, a secretaria reafirmou que colabora totalmente com as apurações e cumpre todas as determinações judiciais.
Ex-jogador relata agressões e ameaças dos policiais dentro do presídio
Igor Cabral denunciou ter sido agredido no início de agosto pelos policiais, pouco depois de ser transferido para a Cadeia Pública de Ceará-Mirim. De acordo com a defesa, ele foi colocado em uma cela isolada, deixado nu e algemado, e sofreu agressões com socos, chutes, cotoveladas e spray de pimenta. O ex-atleta também afirmou ter recebido ameaças e até sido incentivado a tirar a própria vida.
O crime que levou Igor Cabral à prisão ocorreu em 26 de julho. Ele atacou a namorada, Juliana Garcia, dentro de um elevador em um prédio no bairro Ponta Negra, em Natal. As imagens mostram o ex-jogador desferindo mais de 60 socos contra a vítima, que sofreu fraturas na face e precisou passar por cirurgia reconstrutiva. Juliana recebeu alta no dia 4 de agosto.
Em 7 de agosto, a Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, tornando Igor réu por tentativa de feminicídio. Ele permanece detido na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, enquanto o caso segue avançando.
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