Ucrânia nega aval a plano dos EUA sobre a guerra com a Rússia
Após Washington afirmar que Kiev aceitou pontos do plano de paz, Umerov nega
O debate sobre o esboço de um plano de paz apresentado pelos Estados Unidos gerou versões conflitantes entre Kiev e Washington ao longo da semana. O governo norte-americano afirmou que Rustem Umerov, atual secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia e aliado próximo de Volodymyr Zelensky, teria concordado com a maior parte das propostas feitas por Washington. Mas, um dia depois, o próprio Umerov veio a público negar que tivesse discutido ou aprovado qualquer ponto do documento.

O plano, entregue por Washington a Kiev, reúne 28 itens e inclui concessões que atendem demandas centrais da Rússia. Entre elas estão a entrega de mais território ucraniano, a redução do efetivo militar e o abandono definitivo da intenção de integrar a Otan. De acordo com autoridades dos Estados Unidos, o esboço teria sido ajustado por Umerov antes de ser encaminhado a Zelensky.
Governo da Ucrânia nega aprovar qualquer ponto do plano
A versão ucraniana, entretanto, contradiz esse relato. Em um texto publicado no Telegram, na sexta-feira (21), Umerov afirmou que sua atuação durante a viagem aos Estados Unidos teve caráter estritamente técnico, limitada a organizar encontros e preparar o diálogo entre as partes. O secretário declarou que não fez “nenhuma avaliação ou, muito menos, aprovação de nenhum ponto. Isso não está dentro de minha autoridade e não corresponde ao procedimento”.
Zelensky recebeu o documento um dia antes da declaração de Umerov, durante uma reunião com uma delegação do Exército norte-americano. O presidente preferiu não comentar o conteúdo, mas indicou que equipes dos dois países vão analisar os pontos apresentados. Em sua mensagem no Telegram, afirmou que a Ucrânia está disposta a trabalhar de forma “construtiva, honesta e rápida”.
Do lado russo, o governo de Moscou disse que o plano “pode estabelecer as bases para um acordo de paz definitivo, mas esse plano não está sendo discutido conosco de forma concreta”. Putin afirmou que a Rússia está pronta “para uma resolução pacífica” mas caso a Ucrânia não aceite, eles continuarão avançando.