Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22) depois que a Polícia Federal comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a detecção de uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente. O alerta foi registrado às 00h08, segundo dados enviados ao tribunal pelo Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, responsável pelo sistema de acompanhamento do equipamento.

O dado foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes ainda durante a madrugada e serviu como base técnica para o novo conjunto de medidas adotadas nesta manhã. O relatório descreve que o alerta foi automaticamente repassado às equipes responsáveis pelo monitoramento e classificado como violação relevante para o cumprimento das condições da prisão domiciliar decretada em agosto.

Documento aponta risco de descumprimento de cautelares

De acordo com o material obtido pela PF, o sistema registrou a ocorrência como tentativa de rompimento do equipamento. No trecho anexado ao pedido, consta: “A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica”, afirma o documento. O registro inclui o horário exato da violação, a classificação técnica da ocorrência e o histórico recente de alertas emitidos pela tornozeleira.

O relatório também detalha os protocolos adotados pelas equipes quando um alerta desse tipo é acionado. Segundo o texto enviado ao Supremo, o sistema gera comunicação imediata aos responsáveis pela fiscalização, que verificam se ocorreu deslocamento irregular, remoção forçada ou interrupção do sinal de monitoramento. O episódio registrado nesta madrugada foi classificado como incompatível com o funcionamento normal do equipamento.

Além da tentativa de violação, o relatório menciona a circulação de mensagens sobre uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para a manhã deste sábado, nas proximidades do condomínio onde o ex-presidente reside. A PF informou ao ministro que a previsão de aglomeração poderia dificultar ações de fiscalização e ampliar riscos relacionados ao cumprimento das medidas judiciais.

O documento enviado ao STF cita a postagem do senador e informa que a convocação utilizou múltiplos canais digitais. Em um dos trechos, a corporação registra: “A informação de Polícia Judiciária identificou que teria sido convocada para o dia 22 de novembro de 2025 uma vigília em prol de Jair Messias Bolsonaro nas proximidades da residência deste”.

O relatório foi anexado integralmente à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que mencionou os dados técnicos como fundamento central para as medidas adotadas ao longo da manhã.

Confira a íntegra da decisão aqui

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