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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Valores

Retirada de tarifas pelos EUA devolve fôlego aos preços da arroba do boi gordo

Decisão de eliminar a sobretaxa de 40% reacende exportações, melhora preços físicos e sustenta o mercado às vésperas do aumento do consumo de fim de ano

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 24 de novembro de 2025
Arroba
Foto: Divulgação_Ifag

O mercado do boi gordo inicia uma recomposição após semanas de pressão baixista provocada pela combinação de incertezas externas e menor apetite da China. 

A retirada das tarifas adicionais de 40% sobre a carne bovina brasileira pelos Estados Unidos (EUA), anunciada por Donald Trump em 20 de novembro de 2025, trouxe alívio imediato às cotações do arroba, que vinham registrando perdas desde julho, quando a sobretaxa foi aplicada.

Antes do anúncio, frigoríficos tentavam comprar animais em patamares mais baixos em Estados como Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins e Pará. Em São Paulo, poucas negociações ocorriam acima da referência média. 

A pressão era reforçada pela retração chinesa, que em novembro reduziu o ritmo de compras e buscou impor preços menores à carne bovina brasileira. A situação se agravou com rumores sobre resíduos de fluazuron em lotes exportados, rapidamente desmentidos pelo governo, mas suficientes para derrubar os contratos futuros na B3.

A retirada da tarifa pelos Estados Unidos interrompeu esse movimento. A retomada das vendas para os EUA tende a ampliar as exportações, oferecendo algum fôlego aos preços da arroba. O alívio é estratégico, hoje, a China absorve 47% da carne bovina exportada pelo Brasil, e qualquer oscilação vinda do País asiático mexe diretamente com o mercado doméstico.

Valores do arroba do boi

arroba

As cotações físicas refletem o momento de transição. A arroba é negociada a R$ 314,83 em São Paulo, R$ 309,00 em Goiás, R$ 317,00 em Mato Grosso do Sul e R$ 306,82 no Mato Grosso. 

No atacado, os preços também seguem firmes: quarto traseiro a R$ 26/kg, dianteiro a R$ 19,50 e ponta de agulha a R$ 19. A expectativa de aumento do consumo no fim do ano, impulsionado pelo 13º salário, reforça o cenário de curto prazo mais favorável.

Embora a decisão dos EUA tenha trazido suporte às cotações, o setor segue atento ao anúncio que a China deve fazer até 26 de novembro sobre possíveis salvaguardas às importações. 

Qualquer restrição pode voltar a pressionar o mercado. Mesmo assim, a reversão das tarifas norte-americanas reduz o risco de excesso de carne no mercado interno e cria perspectivas mais positivas.

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