Pix: saiba como vai funcionar devolução do dinheiro em caso de golpe
Nova regra amplia o rastreamento do dinheiro e permite a devolução mesmo após o valor ser transferido para outras contas
Já está em vigor a nova regra do Banco Central que facilita a devolução de transferências feitas por Pix em casos de fraude ou operações indevidas. A mudança reforça o combate a golpistas e amplia a capacidade dos bancos de rastrear o caminho do dinheiro após a movimentação inicial.
A ferramenta responsável por esse processo é o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado em 2021, mas agora fortalecido. O MED permite rastrear valores mesmo quando os golpistas realizam novas transferências para tentar mascarar a origem do dinheiro — uma prática comum para dificultar o bloqueio. Por enquanto, o uso do mecanismo ainda é opcional para bancos e instituições de pagamento, mas se tornará obrigatório a partir de 2 de fevereiro de 2026.
Como funcionava antes
Até então, a devolução só podia ser feita a partir da conta que recebeu o Pix fraudulento. Isso dificultava a recuperação do dinheiro, porque golpistas costumam esvaziar rapidamente a conta inicial, transferindo os valores para outras em poucos minutos. Quando o cliente percebia o golpe, fazia a contestação e solicitava a devolução, a conta já estava sem saldo — e o processo não avançava.
O que muda agora
Com a nova regra, a devolução passa a ser possível a partir de outras contas para onde o valor fraudado tenha sido transferido, e não apenas daquela utilizada no golpe. As instituições financeiras envolvidas na cadeia de transações passam a compartilhar informações entre si, o que facilita o rastreamento completo do caminho do dinheiro.
Segundo o Banco Central, com essa integração, a devolução poderá ocorrer em até 11 dias após o pedido de contestação.
Quando o MED pode ser usado

O mecanismo é aplicado somente em duas situações:
- Fraudes comprovadas;
- Erros operacionais da instituição financeira.
O MED não se aplica nos seguintes casos:
- Desacordos comerciais entre comprador e vendedor;
- Conflitos entre terceiros de boa-fé;
- Envio de Pix para a pessoa errada por erro do próprio usuário (como digitar uma chave incorreta).
A expectativa do Banco Central é que a ampliação do MED aumente a segurança do sistema e reduza as perdas financeiras causadas por golpes, tornando o Pix — já amplamente utilizado no país — ainda mais confiável.
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