Reeleição está tão ganha para Lula que só pode ocorrer 1 coisa: perder
Bolsonaro preso, direita fragmentada, economia mundial flanando, pazes com Trump, STF dominando tudo, menor desemprego da História e um pacote de novas bondades a entrar em vigor – bom demais a ponto de assustar
A oposição ainda não havia se restabelecido da escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro do Supremo Tribunal Federal, quando anunciou que o próximo seria Flávio Dino. Não era possível! Tudo, menos aquilo. Cristiano Zanin, o anterior, era genro de um amigo de Lula, virou seu advogado e esses dois atributos foram suficientes para preencher o critério de notável saber jurídico. Aí veio outra machadada, vapt!, Dino não tem travas na língua e as da chuteira são do tamanho de estalactites pontiagudas. O couro das costas dos adversários estava se cicatrizando quando surgiu o assombro final: Luís Roberto Barroso anunciou que iria se aposentar. Mais uma vaga para mais um lulista. Jogada a pá de cal sobre a direita. É um detalhe do cenário, que a cada dia fica melhor para a reeleição.
No outro poder, o Legislativo, Lula conta com um fã no Senado e uma confusão na Câmara. O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (UB-AP), faz tudo o que Lula quer e deixa de agir se ele não quiser. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) não pode ser chamado de bajulador, como o colega da Casa vizinha, mas não é exatamente um bolsonarista – pelo contrário. Lula perde nas torres gêmeas apenas quando não remunera o pessoal das duas cuias.
Além disso, as principais lideranças que poderiam amedrontar o PT com votações estupendas estão mais para votações estúpidas: no pódio em São Paulo para deputado federal em 2022, estavam Guilherme Boulos, que Lula colocou no ministério, e dois adversários dos petistas, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, ambos do PL. O pai de Eduardo, o ex-presidente Jair Bolsonaro, está e vai continuar preso. Jair, mesmo atrás das grades, lidera as pesquisas empatado com Lula. É uma luta injusta: o atual presidente tem todas as máquinas a favor, seu concorrente tem todas contra e ainda está no xilindró.
Nas pesquisas, Carla e Eduardo eram bem cotados para as duas vagas de senador. Ele, então, favoritíssimo. Com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) léguas à frente para se reeleger, era preciso minar os parlamentares. Já minaram – ela está cumprindo pena em regime fechado na Itália e ele se exilou nos Estados Unidos. Diversas outras lideranças que surgiram nos últimos anos planejavam ir para Brasília como parlamentares – e estão lá como presidiários depois do 8 de Janeiro.
Sobra um poder, o 4º, como é chamada a mídia e nela os socialistas goleiam. Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina mostra que 80% dos jornalistas são de esquerda e 4%, de direita. Com 20 vezes mais espaços, é impossível concorrer.
Diante de tudo isso, o que é possível acontecer a Lula? Perder, pois a eleição está ganha. De onde pode vir a derrota? Único caminho do mal: a economia. Que vai às mil maravilhas. O desemprego, por exemplo, é o menor da História: 5,6% do 3º trimestre deste ano. Só está à toa quem é à-toa. Nem adianta rebater com a informação de que os dados oficiais são discutíveis, pois para o governo só está desempregado quem procura serviço. Os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (6 milhões e 510 mil pessoas) e do Bolsa Família (18 milhões e 850 mil famílias) estão fora da lista.
Até as brigas na direita são creditadas na planilha de pontos favoráveis à esquerda. O erro do senador Ciro Nogueira (PP-PI) de excluir o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), da lista de presidenciáveis foi considerado no eito petista um round em que Lula ganhou por pontos e para o nocaute não ter ocorrido foi necessário o soar do gongo. A direita, principalmente Caiado, acha exatamente o oposto. Na visão do goiano, nada há de equívoco em fomentar o lançamento de pré-candidaturas no mesmo espectro, pois cada governador ganharia em seu Estado: Caiado em Goiás, Tarcísio em São Paulo, Romeu Zema em Minas Gerais, Ratinho Jr. no Paraná, Eduardo Leite no Rio Grande do Sul e até Cláudio Castro no Rio de Janeiro.
Cenário internacional favorece, apesar da COP
Um dos fracassos mais retumbantes de eventos planetários acaba de ocorrer e pouco se fala – bem ou mal. A COP30, em Belém do Pará, teve tudo para não dar certo e ocorreu o que todos previam. Serviu para exatamente nada além dos gastos bilionários. Ainda assim, o fiasco do Governo Lula é creditado a muitas coisas e muita gente, menos ao governo e a Lula. Talvez por isso, o presidente esteja debaixo de um quieto, cala-te, boca, vaca amarela…
Em favor de Lula, diga-se que a economia mundial está flanando, nada de países quebrados por falta de comércio bilateral ou com o conjunto das nações. O que havia de contrário se tornou pró, a animosidade entre ele e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A paz está de tal forma reinante que por pouco Trump não ganhou o Nobel da… Paz, em virtude das articulações pelo cessar-fogo em Gaza. Lula bem que tentou essa láurea, ao apresentar ideias contra a guerra na Ucrânia, porém, falhou redondamente desde o início, quando puxou a sardinha para o fogo de seu amigo russo Vladimir Putin.
Se não bastassem os ventos favoráveis vindos do Atlântico, do Pacífico e do Índico, há os melhores ainda soprando nos lares daqui mesmo. Em 2026, começam a valer a reforma tributária e, do pacote de bondades, a isenção para quem recebe até R$ 7.350, sendo total para até R$ 5 mil. Difícil, viu. Para a oposição.