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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Tensão

China afirma que “esmagará toda interferência” após anúncio do Japão

Pequim reage ao plano japonês e reafirma soberania, enquanto Taiwan já prepara investimentos em Defesa até 2027

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 26 de novembro de 2025
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Foto: Zhang Kaiyv/ Unsplash

A China reagiu nesta quarta-feira (26) ao anúncio do Japão de planos para instalar mísseis em uma ilha próxima a Taiwan e afirmou que responderá a qualquer movimento estrangeiro relacionado ao tema. A posição foi apresentada pelo porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan, Peng Qingen, que declarou que o país tem “firme vontade, forte determinação e grande capacidade para defender nossa soberania nacional e integridade territorial”. Ele acrescentou que a China “esmagará toda interferência estrangeira”.

O anúncio japonês ocorre em um momento em que as relações entre os dois países se deterioram. A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, afirmou neste mês que um ataque chinês à ilha poderia gerar uma reação militar japonesa, o que provocou forte resposta de Pequim.

O anúncio do Japão sobre os mísseis foi feito no domingo (23), pelo ministro da Defesa, Shinjiro Koizumi, que afirmou que o pais que mobilizará mísseis em uma ilha próxima a Taiwan. Koizumi afirmou que estão “avançando de forma constante nos preparativos”.

A China considera Taiwan parte de seu território e não descarta o uso da força, enquanto o governo da ilha afirma que apenas sua população pode decidir o futuro do país.

Taiwan se prepara para uma invasão da China

Também nesta quarta-feira (26), o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, disse que pretende elevar os investimentos militares diante das “ameaças de uma invasão chinesa”. Segundo ele, o governo apresentará ao Parlamento um plano para alcançar um “alto nível de preparação” até 2027, acompanhado de aumento significativo dos recursos destinados à Defesa.

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Presidente de Taiwan, Lai Ching-te( Foto: Divulgação/ Governo da Cidade de Kaohsiung)

Em um editorial publicado no The Washington Post, Lai detalhou que o governo deve propor US$ 40 bilhões adicionais para os próximos oito anos. Ele escreveu que “nosso objetivo é reforçar a dissuasão ao introduzir maiores custos e incertezas na tomada de decisões de Pequim sobre o uso da força”. O presidente já havia anunciado a intenção de ampliar a fatia anual destinada à área para mais de 3% do PIB no próximo ano e para 5% até 2030.

O enviado dos Estados Unidos para Taiwan, Raymond Greene, afirmou que “recebe com satisfação” o plano apresentado pelo governo taiwanês e pediu que as forças políticas do país encontrem consenso para fortalecer a Defesa. O programa aparece também após Washington confirmar a primeira venda de material militar à ilha desde o retorno de Donald Trump ao comando da Casa Branca, em janeiro. O contrato aprovado em novembro é de US$ 330 milhões.

A China respondeu às discussões internas de Taiwan sobre os novos investimentos. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que as “tentativas de Taiwan de resistir à unificação e buscar a independência por meios militares nunca terão sucesso”.

O pacote descrito por Lai no jornal norte-americano supera um projeto anterior de US$ 32 bilhões mencionado por um legislador do Partido Democrático Progressista. Segundo o presidente, os recursos devem financiar aquisições de armas dos Estados Unidos e ampliar as capacidades assimétricas da ilha. Ele afirmou ainda que o orçamento permitirá acelerar o desenvolvimento do “T-Dome”, sistema de defesa antiaérea considerado estratégico. Lai disse que “minha mensagem aqui é clara: o compromisso de Taiwan com a paz e a estabilidade é inabalável”.

Mesmo com o plano em elaboração, o governo enfrenta dificuldades para obter apoio no Parlamento, controlado pelo Kuomintang. A presidente da legenda, Cheng Li-wun, criticou os valores previstos e afirmou que Taiwan “não tem tanto dinheiro” para sustentar o aumento dos gastos.

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