SAMU: operação investiga fraudes na manutenção de ambulâncias em Goiânia
Segundo investigação, ambulâncias do SAMU estavam paradas, embora continuassem registrando despesas de manutenção e recebendo recursos como se estivesse em funcionamento
A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagraram, nesta sexta-feira (28), a Operação Check-up 192, resultado de investigações que apuram suspeitas de desvios de recursos públicos, irregularidades na manutenção de ambulâncias e simulação do funcionamento da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Goiânia (GO).
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão autorizados pela 5ª Vara Federal Criminal de Goiás, sendo sete em Goiânia e dois em Aparecida de Goiânia. Entre os investigados estão servidores municipais, empresas e pessoas físicas apontadas como possíveis participantes do esquema.
Ambulâncias do SAMU ficaram paradas
De acordo com informações preliminares, entre 2022 e 2024, parte significativa das viaturas do SAMU permaneceu parada por períodos prolongados, embora continuasse registrando despesas de manutenção e recebendo recursos como se estivesse em funcionamento.
As equipes identificaram indícios de serviços simulados, superfaturamento e execução de reparos em oficinas clandestinas. Há ainda suspeita de que estabelecimentos contratados emitiram notas fiscais falsas ou cobraram valores incompatíveis com os serviços prestados.
Em nota, a Prefeitura de Goiânia disse que a Operação Check-up 192 investiga supostas irregularidades ocorridas na gestão anterior, entre 2022 e 2024.
A administração municipal declarou estar “à inteira disposição dos órgãos de controle e investigação para fornecer todas as informações e documentos necessários”, reforçando que colabora integralmente com CGU e PF e que adota medidas internas para garantir rigor na apuração e responsabilização dos envolvidos.
Gestão Rogério Cruz

Após a divulgação da operação, o ex-prefeito Rogério Cruz (SD) esclareceu que não é investigado e que não figura entre os alvos da ação. Segundo ele, as suspeitas são sobre processos operacionais específicos do SAMU, envolvendo equipes técnicas e empresas terceirizadas.
Em nota, Rogério Cruz destacou que as rotinas investigadas são de responsabilidade direta das áreas especializadas da Secretaria Municipal de Saúde, e afirmou manter “compromisso permanente com a transparência”, além de confiar no trabalho das instituições responsáveis pela apuração dos fatos.
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