Venezuela e EUA vivem nova escalada de tensão após declarações de Trump
Declarações de Trump sobre o espaço aéreo venezuelano reforçam o clima de instabilidade
A tensão entre Estados Unidos e Venezuela voltou a crescer depois que Donald Trump afirmou que companhias aéreas deveriam considerar o espaço aéreo venezuelano fechado. A declaração do sábado (29/11) provocou reação imediata de governos da região e abriu um novo capítulo no confronto político entre Washington e Caracas. No domingo (30/11), a Autoridade de Aeronáutica Civil da Colômbia respondeu que o espaço aéreo da Venezuela está “aberto e operando” e criticou “declarações emitidas por um terceiro Estado que não possui jurisdição ou autoridade soberana sobre o espaço aéreo venezuelano”. Para a agência, esse tipo de atitude “carece de validade operacional” e alimenta confusão no sistema internacional de aviação.
A agência colombiana reforçou que normas de aviação exigem coordenação direta com o Estado responsável pelo território e advertiu que ignorar esse princípio representa violação das regras que sustentam a segurança regional. Também defendeu que a América Latina e o Caribe permaneçam como zona de paz e pediu à Organização da Aviação Civil Internacional que discuta a situação.
Governo venezuelano chama ação de “ilegal e injustificado”
O governo de Nicolás Maduro classificou o alerta de Trump como uma “ameaça colonialista que busca afetar a soberania de seu espaço aéreo, constituindo um novo, extravagante, ilegal e injustificado ato de agressão contra o povo venezuelano”.
No domingo, Trump confirmou ter conversado por telefone com Maduro, dizendo apenas: “A resposta é sim”. O presidente afirmou que “não quer comentar” sobre o conteúdo do diálogo e declarou que não se devem tirar conclusões de sua fala sobre o espaço aéreo.
Enquanto isso, a presença militar norte-americana no Caribe segue em evidência. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, publicou no X a imagem de um personagem de desenho animado atacando embarcações, acompanhada da frase “Para a sua lista de desejos de Natal”. A postagem faz referência às operações dos EUA que destruíram barcos e deixaram mortos. Em novembro, Hegseth anunciou a operação “Lança do Sul”, destinada, segundo ele, a atingir “narcoterroristas” no Hemisfério Ocidental.