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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Câmara dos Deputados

PEC da Segurança deve ser votada com mudanças significativas nesta quinta

Deputados comentam projeto que, mesmo após várias alterações, ainda não atende expectativas da oposição

Marina Moreirapor Marina Moreira em 4 de dezembro de 2025
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Parlamentares divergem sobre a PEC 18/25 que deve ser votada na ainda neste ano, diz Hugo Motta - Créditos: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados e Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Segue em andamento a tramitação da PEC da Segurança Pública na Câmara dos Deputados e a previsão é que nesta quinta-feira (4) a matéria seja apresentada na comissão especial que discute o tema. Apesar do texto ainda não ter cumprido o processo formal que permite mostrar o seu conteúdo publicamente, especulações buscaram revelar possíveis trechos que foram alterados e pontos acrescentados à matéria pelo deputado e relator Mendonça Filho (União-PE). 

Isso se deu, principalmente, por reação da oposição ao projeto do governo Lula sob principal alegação de que o texto estaria de acordo com interesses do Palácio do Planalto em fazer prevalecer suas diretrizes acima das decisões dos Estados. 

Mendonça chegou a comentar que o texto pode apresentar possíveis resistências a ações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo é tentar impedir que o conselho edite atos que alcancem prerrogativas do Congresso em relação à formulação de normas relacionadas à Segurança Pública. 

Acesse também: Caiado e Tarcísio focam na PEC da Segurança após ganhos com PL Antifacção

As mesmas críticas foram feitas pelo governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado (União), que compareceu na última terça-feira (2), acompanhado do chefe do Executivo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na comissão especial para discutir a PEC. “Não se pode, por resoluções do CNJ, sobrepor a prerrogativa concorrente dos Estados. Então, de repente, vocês não legislaram e o CNJ baixa mais de 50 resoluções? Quer dizer que o CNJ diz o que eu tenho que fazer?”, declarou Caiado durante audiência na Câmara. 

Segurança
Caiado e Tarcísio marcam presença em audiência pública sobre a PEC da Segurança Pública – Créditos: Júnior Guimarães/Secom Goiás

Críticas ao STF e CNJ

Em consonância com o chefe do Executivo goiano, Mendonça Filho não evitou expor seu ponto de vista relativo à autonomia dos Estados quando o assunto é segurança pública. “Tenho todo o respeito pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Conselho Nacional de Justiça, mas não dá para encarar o Conselho Nacional de Justiça impor ao Brasil normas que devem ser definidas pelo Parlamento.” 

Ao O HOJE, o presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, deputado Alberto Fraga (PL-DF), explica como funcionará a análise do relatório de Mendonça, que deve ser apresentado nesta quinta. “A comissão especial que vai avaliar a PEC da Segurança Pública será formada por 34 parlamentares titulares e 34 suplentes. A Frente Parlamentar da Segurança Pública pautou algumas questões e o Mendonça tem aceitado. Se o governo não gostar, que se manifeste por meio de voto”, comenta Fraga. 

Nos bastidores, o que se sabe é que, a princípio, o relatório deve ser apresentado com alterações que mudam quase toda a proposta inicial do texto, pois poucos pontos não serão alterados. Uma das partes da proposta que mais renderam discussão e que, ao que tudo indica, ainda permanece no texto é o reconhecimento das guardas civis como Polícia Municipal, trecho incluído por Lula à pedido da vice-presidente da Comissão da Câmara que analisa a PEC, deputada Adriana Accorsi (PT). 

Ideias contrárias

Ao analisar esse feito, Fraga reagiu à medida que estabelece maior reconhecimento do papel das guardas municipais. Para o parlamentar, há mais questões que necessitam de maior atenção do que o ato de mudar a nomenclatura de cargos. “Eu acho que o nome é o que menos importa. Temos grandes polícias no mundo que não têm o nome de polícia. Então, isso é bobagem”, disse Fraga sobre o pedido de Adriana. 

Para a deputada, o reconhecimento das guardas como forças de segurança é uma questão de justiça para as instituições. “Quem é contra a segurança municipal, a polícia municipal, é porque não conhece o trabalho das guardas. A PEC trará também a justiça de a polícia municipal ser reconhecida”, pontuou Adriana. (Especial para O HOJE)

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