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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
GUERRA

UE propõe empréstimo com ativos russos congelados a Kiev

Proposta da UE usa ativos russos para financiar Ucrânia e enfrenta oposição da Bélgica

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 4 de dezembro de 2025
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Foto: Divulgação/ Kremlin

A Comissão Europeia apresentou, na quarta-feira (3), uma proposta para utilizar ativos russos congelados como base de um empréstimo destinado ao financiamento do esforço de guerra da Ucrânia. Pelo plano, Kiev só começaria a pagar quando receber as reparações de guerra da Rússia. O valor total chega a 210 bilhões de euros, a serem liberados em parcelas até 2030 para, segundo o bloco, garantir boa gestão financeira. A primeira parte, de 90 bilhões, seria distribuída ao longo dos próximos dois anos.

A iniciativa busca assegurar recursos urgentes para a Ucrânia e fortalecer sua capacidade industrial de defesa. Estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), apontam que as necessidades financeiras ucranianas até 2027 superam 137 bilhões de euros. No orçamento de 2026, o governo de Volodymyr Zelensky direcionará mais de 60% dos gastos à área militar, incluindo salários de soldados e aquisição de novos armamentos.

Ursula von der Leyen, em entrevista coletiva, declarou que esse empréstimo aumenta os custos de guerra para a Rússia e disse que “a pressão é a única linguagem que o Kremlin responde”, defendendo a intensificação das medidas. A presidente também afirmou que a proposta incorpora preocupações de países como a Bélgica e inclui salvaguardas para reduzir riscos aos Estados-Membros.

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Ursula von der Leyen (Foto: Valter Campanato/ABr)

Bélgica vai contra o uso dos ativos russos

A postura belga, porém, permanece crítica. O governo considera que o uso dos ativos russos congelados representa um risco elevado e classifica como a “pior opção de financiamento de todas”.

A exigência é por garantias de que outros integrantes da UE assumirão custos decorrentes de eventuais ações judiciais da Rússia relacionadas aos ativos do Banco Central russo. O ministro Maxime Prevot afirmou que as preocupações de sua chancelaria estão sendo “minimizadas”.

França e Alemanha defendem a proposta. Os dois governos dizem estar atentos às demandas belgas, mas rejeitam a interpretação de que a operação configuraria confisco. O primeiro-ministro alemão Friederich Merz descreve a medida como “urgente”, enquanto Emmanuel Macron afirma que ela serviria para “pressionar” o líder russo.

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