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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Imunização

Goiás inicia distribuição de vacinas contra Vírus Sincicial Respiratório para gestantes

O Estado de Goiás recebeu 24,5 mil doses. A imunização protege recém-nascidos nos primeiros seis meses de vida e já começa a chegar aos 246 municípios

Letícia Leitepor Letícia Leite em 5 de dezembro de 2025
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Imunização materna, agora disponível no SUS, busca proteger recém-nascidos no período de maior vulnerabilidade e reduzir internações por bronquiolite e outras complicações respiratórias. Foto: Marco Monteiro

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) iniciou, nesta semana, a distribuição das 24.530 doses da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) para gestantes, enviadas pelo Ministério da Saúde. O imunizante, agora disponível na rede pública, será encaminhado às 18 Regionais de Saúde e chegará aos 246 municípios até o fim da próxima semana. A imunização passa a integrar a rotina dos serviços municipais, com foco em proteger recém-nascidos no período de maior vulnerabilidade.

O VSR é a principal causa de bronquiolite em crianças menores de dois anos e responde por 75% dos casos provocados por vírus no período de sazonalidade. Também é responsável por cerca de 40% das pneumonias virais. Além das manifestações agudas, a infecção pode causar sequelas respiratórias de longo prazo, como chiado no peito recorrente e bronquiolite que obstrui o fluxo respiratório, o que eleva a demanda por atendimentos, internações e cuidados intensivos pediátricos.

Em 2025, até a semana epidemiológica 45, o Brasil registrou 220.595 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 118.828 identificados como vírus respiratórios. Desses, 42.752 foram por VSR, a maioria — 35.255 — em crianças menores de dois anos, reforçando a urgência da estratégia de imunização.

O secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos, destaca que a chegada do imunizante representa um avanço para a proteção infantil. Ele destacou que a medida deve reduzir internações e complicações comuns no período sazonal: “Vacinar gestantes é proteger vidas, evitando internações graves e complicações respiratórias nos primeiros meses de vida dos bebês.”

O objetivo da vacinação é prevenir formas graves de infecções respiratórias em crianças menores de seis meses, por meio da imunização materna. De acordo com a subsecretária de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, a proteção ocorre porque os anticorpos gerados pela gestante são transferidos ao bebê pela placenta.

“É uma vacina segura e eficaz. Ela já estava sendo utilizada na rede privada e felizmente agora ela está disponível no SUS. Vacinando a gestante, a gente tem a garantia de que os anticorpos da mãe vão passar para o filho. Então a criança já nasce com anticorpo e proteção”, explicou. 

O que reduz o risco de internações logo nos primeiros meses. Segundo ela, estudos em países como Chile e Argentina mostram queda de até 80% nas internações por VSR em menores de seis meses após a adoção da vacina. Rasível complementa que a vacina pode reduzir complicações, internações e óbitos, e traz um alívio para o sistema de saúde. “A gente vai vacinando e com essa proteção a gente espera ter menos internações, muito menos complicações devido ao vírus”, continua.

Como vai funcionar a vacinação em Goiás

A imunização será integrada à rotina das unidades de saúde, sem previsão de campanha específica. Como o objetivo é proteger o bebê ainda no útero, a imunização é indicada para grávidas a partir da 28ª semana de gestação até 14 dias antes do parto, sem restrição de idade materna. A meta é vacinar 91.217 gestantes — cerca de 80% do público estimado. Flúvia orienta que “mesmo gestantes que já tiveram infecção por VSR em gestações anteriores ou na infância devem se vacinar.”

Para receber a dose, é obrigatório apresentar documento que comprove a gravidez e a idade gestacional, como cartão da gestante, cartão de pré-natal, exames, relatório médico ou encaminhamento de profissional de saúde de nível superior. Documentos pessoais também devem ser apresentados.

Goiânia e Aparecida de Goiânia foram as primeiras cidades a receber o imunizante. A SES-GO já iniciou a entrega de 16.620 doses às Regionais de Saúde, que farão a distribuição aos municípios. Rasível Santos destacou que todas as equipes foram treinadas para orientar as salas de vacinação. “Vacinar é a melhor forma de prevenir doenças que pressionam UTIs neonatais e pediátricas”, disse o secretário.

A orientação da SES-GO é que, a partir da próxima semana, as gestantes entrem em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para confirmar os dias e locais de aplicação.

Veja quando o imunizante é contraindicado e cuidados antes da aplicação

Goiás
O imunizante é indicado para grávidas a partir da 28ª semana de gestação até 14 dias antes do parto. Foto: Unsplash

A nova vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório, disponível para gestantes em Goiás, é considerada segura e pode ser aplicada junto a outros imunizantes do Calendário Nacional. Contudo, há situações específicas em que a gestante deve adiar ou evitar a aplicação.

A principal contraindicação é a presença de doença febril aguda, moderada ou grave. Segundo Flúvia, a febre alta ou sintomas intensos podem confundir a avaliação clínica e dificultar a interpretação de possíveis reações à vacina. “Assim como a vacina hepatite B, que também pode ser feita durante a gestação Então ela é própria para mulheres que estão grávidas E que a única contraindicação é se ela estiver com alguma doença aguda em curso, ou seja, se ela estiver com alguma febre alta, alguma doença aguda, a orientação é esperar passar essa fase aguda da doença para depois tomar a vacina”, afirma.

Também é recomendado adiar a vacinação em casos de infecções respiratórias em curso, estados inflamatórios importantes e após eventos clínicos que exigem observação médica. Não há contraindicação para gestantes com comorbidades, uso de medicamentos habituais ou aplicação simultânea de outras vacinas de rotina.

A vacina também não deve ser administrada após o período recomendado: a partir da 28ª semana até 14 dias antes do parto. Aplicações fora desse intervalo não garantem a proteção ideal do recém-nascido. Como o imunizante funciona por transferência de anticorpos pela placenta, quanto mais cedo dentro do período recomendado a gestante se vacinar, mais tempo o bebê permanecerá protegido nos primeiros meses de vida.

Casos de alergia grave a algum componente da vacina devem ser avaliados por um profissional de saúde. No entanto, a SES-GO reforça que o imunizante possui perfil seguro e histórico positivo de uso na rede privada.

Amorim reforça que a vacina é monodose e não exige reforços. Gestantes que já tenham tomado outras vacinas recentemente não precisam aguardar intervalo, a imunização simultânea é permitida. “Nessa primeira remessa, a gente está recebendo frascos separados, com doses individuais, um kit que já vêm próprio para fazer dose individual”, finaliza.

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