Israel identifica corpo de penúltimo refém mantido em Gaza
Restos mortais de trabalhador tailandês são identificados enquanto Israel exige devolução total dos reféns
O Hamas entregou na quarta-feira (3) os restos mortais de um refém que, segundo Israel, pertencem a Sudthisak Rinthalak, trabalhador agrícola tailandês morto no ataque de 7 de outubro de 2023 ao Kibutz Be’eri. A confirmação foi divulgada nesta quinta-feira (4) pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que informou que o corpo foi transferido de Gaza pela Cruz Vermelha e encaminhado ao exército para identificação forense. O último refém morto previsto pelo acordo, o policial Ran Gvili, ainda permanece no enclave.
A devolução integra o cessar-fogo acertado em outubro, no qual o Hamas concordou em entregar todos os reféns vivos e mortos. Desde então, o grupo retornou 20 reféns vivos e 27 corpos em troca de cerca de 2 mil palestinos detidos. A entrega desse penúltimo corpo ocorre em um momento em que Israel cobra a conclusão das devoluções para avançar na primeira fase do plano apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê o fim da guerra de dois anos em Gaza e a reabertura da passagem de Rafah.
Israel deve abrir a passagem de Rafah
Israel mantém Rafah fechada desde o início da trégua, condicionando a reabertura à libertação de todos os cativos. A porta-voz do governo, Shosh Bedrosian, afirmou que “a passagem será aberta nos dois sentidos quando todos os nossos reféns forem libertados”.

O COGAT, órgão militar responsável por assuntos humanitários, informou que Rafah deve ser reaberta nos próximos dias para permitir a saída de palestinos em direção ao Egito sob supervisão de uma missão da União Europeia, modelo semelhante ao usado no cessar-fogo de janeiro de 2025. Antes da guerra, a passagem era o principal ponto de saída dos habitantes de Gaza e rota essencial para a entrada de ajuda humanitária. A ONU estima que ao menos 16.500 pacientes precisam deixar o enclave para tratamento médico.