Com foco na anistia, Flávio Bolsonaro abre corrida ao Planalto
Escolhido pelo pai, o senador abriu a pré-campanha com um apelo imediato: pressionar o Congresso para votar anistia a aliados do bolsonarismo e aos condenados do 8 de janeiro
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) abriu a agenda política neste fim de semana, com uma série de publicações nas redes sociais afirmando que sua prioridade imediata é construir apoio parlamentar para votar a anistia. O escolhido de Jair Bolsonaro (PL) iniciou oficialmente sua pré-campanha à Presidência da República neste sábado, (6) um dia após receber a confirmação pública do ex-presidente de que será o nome do bolsonarismo na disputa de 2026. A agenda segue também neste domingo.
Em sua primeira ação como pré-candidato, o parlamentar defendeu que o Congresso aprove ainda em 2025 uma anistia para aliados do movimento conservador e para condenados pelos atos de 8 de janeiro. Segundo ele, o gesto simboliza o início das negociações com lideranças que se identificam como oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em mensagem no X, escreveu que “tomada a decisão ontem, hoje começo as negociações. O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-lula é aprovar a anistia ainda este ano!”, reforçando a cobrança para que partidos de direita se unam antes do fim do ano legislativo.
O senador afirmou ainda que a medida busca contemplar “inocentes” e pediu mobilização urgente para aprová-la nas duas semanas finais do calendário do Congresso. Em uma das mensagens, defendeu que “para libertar o Brasil, é preciso libertar Jair Bolsonaro e os condenados do 8 de janeiro”, destacando vídeo em que aparece ao lado de apoiadores.
A iniciativa tem como principal beneficiário o próprio Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento na trama golpista de 8 de janeiro. O ex-presidente permanece detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
A escolha de Flávio como representante do campo bolsonarista foi oficializada na sexta-feira (5). Em publicação, o senador disse receber “com responsabilidade” a missão dada pelo pai de conduzir o projeto político da família. O anúncio desencadeou reações diversas entre aliados. Michelle Bolsonaro manifestou apoio nas redes sociais, desejando “sabedoria e força” ao pré-candidato, enquanto o pastor Silas Malafaia criticou a decisão, classificando-a como sinal de “amadorismo da direita”.
Parlamentares próximos ao bolsonarismo também se posicionaram. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou que a candidatura representa um pedido de “pacificação nacional”. “A movimentação do Flávio é decisiva pra Anistia. Restam duas semanas. Trabalharemos e lutaremos por isso. Eleições é um segundo passo!”, escreveu Nikolas, no X. Em resposta, Flávio agradeceu e afirmou que pretende “resgatar o Brasil”. Até mesmo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), foragido da Justiça, enviou mensagem de apoio, escrevendo: “Flávio Bolsonaro, presidente 2026. “Brasil acima de tudo! Deus acima de todos!”, publicou Ramagem, no X.
Durante todo o sábado, o pré-candidato manteve forte atividade digital, reforçando que sua primeira bandeira é a anistia. Já na manhã de domingo (7), agradeceu publicamente o apoio do presidente argentino Javier Milei.”Obrigado, Presidente Javier Milei! Vamos resgatar a liberdade e trazer prosperidade ao povo aqui no Brasil também!”, escreveu Flávio, em resposta ao apoio público do presidente argentino.

Em seguida, publicou vídeos em clima de comemoração avisando que estava indo à igreja, mantendo o tom religioso adotado desde o anúncio da sua pré-candidatura.
Hoje é dia de ir pra Igreja e eu acordei assim!
Aumenta o SOM!#FlavioBolsonaroPresidente2026 pic.twitter.com/SAKDGSnfwW
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 7, 2025
Ainda no domingo, Flávio deve participar de evento no Campus CN Hípica Hall, na Comunidade das Nações, acompanhado de familiares. Na terça-feira (16), ele fará visita ao pai, preso na PF, em Brasília.
Flávio Bolsonaro confirmou sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026, em postagem feita nas redes sociais na tarde da sexta-feira. Ao anunciar a decisão, Flávio afirmou que a orientação partiu de Jair Bolsonaro, a quem chamou de “maior liderança política e moral do país”. Para ele, sua candidatura simboliza a continuidade de um projeto de governo que, na avaliação dele, busca resgatar estabilidade, segurança e confiança no futuro.