A disputa política esquenta em Brasília e as articulações desta semana podem redefinir 2026. Flávio Bolsonaro (PL-RJ), anunciou na noite do domingo (7) que pode condicionar sua candidatura à liberdade eleitoral de Jair Bolsonaro (PL), elevando a tensão no Congresso. O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) em resposta a possível “negociação” de Flávio, afirmou que o relatório final do Projeto de Lei da Dosimetria, sob sua responsabilidade, reduz a pena do ex-presidente Bolsonaro, mas não concede anistia.

Flávio Bolsonaro, recém-alçado a substituto do pai na disputa presidencial de 2026, pressiona as cúpulas da Câmara e do Senado a pautarem o tema ainda nesta semana. O senador declarou que só manterá a pré-candidatura caso o ex-presidente continue impedido de participar do pleito. Disse ainda que seu objetivo é vê-lo “livre, nas urnas e caminhando pelo país com seus netos”. Na terça-feira (9), ele irá visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Ele afirmou no domingo que há um “preço político” para essa negociação e que o definirá após reuniões com dirigentes partidários, como Valdemar Costa Neto (PL), Antônio Rueda (União Brasil), Ciro Nogueira (PP), Rogério Marinho (PL-RN) e Marcos Pereira (Republicanos). O senador deixou claro que a anistia continua no centro das articulações. Disse esperar que os presidentes da Câmara e do Senado honrem a promessa de pautar o tema para decisão do plenário.

“Só voltaremos a ser uma democracia plena quando @jairbolsonaro estiver de volta às ruas, com seus direitos restabelecidos e quando Bolsonaro estiver aqui ao nosso lado”, escreveu Flávio no X, na manhã desta segunda-feira (8).

A declaração reacendeu tensões internas e consolidou a anistia como o ponto decisivo nas tratativas envolvendo lideranças do centrão e da oposição. Paulinho da Força esclareceu que o substitutivo da Dosimetria – antigo PL da Anistia – não prevê perdão amplo ao ex-chefe do Executivo. Segundo ele, a proposta apenas recalibra punições, o que pode reduzir a condenação de Jair Bolsonaro de 27 anos e três meses para aproximadamente dois anos e quatro meses. O parlamentar reconheceu que a mudança beneficia o ex-presidente, embora não elimine sua situação jurídica.