A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu afastamento temporário da presidência do PL Mulher, após, segundo o partido, apresentar problemas de saúde agravados pela prisão em regime fechado de seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e desgaste familiar provocado pelo episódio. O movimento reacende disputas familiares e reposiciona forças na pré-campanha de Flávio ao Planalto. A sigla afirmou que a ex-primeira-dama será reavaliada ao término do período de licença, embora não tenha divulgado prazo específico para retorno.

Com o afastamento, o partido optou por reagendar o principal encontro nacional do núcleo feminino, originalmente programado para ocorrer no próximo sábado (13), no Rio de Janeiro. O movimento era uma das vitrines de mobilização partidária e vinha atuando na filiação e formação de novas lideranças para a disputa eleitoral de 2026.

Na quinta-feira (4), Michelle visitou Jair Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, no primeiro encontro entre ambos após os recentes conflitos internos da família. A visita desencadeou uma série de movimentos políticos na legenda: o PL suspendeu a articulação com Ciro Gomes no Ceará, acatando um pedido dela, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria sido instruído pelo pai a se retratar com a madrasta. Michelle também visitou o ex-presidente na manhã desta terça-feira (9), após o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizar. Esta é a quarta visita da ex-primeira-dama ao marido na prisão. Ela tem enviado diariamente alimentação caseira para Bolsonaro

A cúpula do Centrão avaliava que Michelle havia perdido espaço interno após críticas à aliança cearense, interpretadas como falta de experiência política. O cenário, no entanto, mudou após a repercussão do episódio familiar, com o partido reafirmando que ela participará das próximas decisões relacionadas à eleição de 2026. Em seguida, Flávio Bolsonaro foi lançado como pré-candidato ao Planalto com apoio do pai e da madrasta.

Em coletiva nesta terça-feira (9), o senador ressaltou que pretende contar com Michelle durante a pré-campanha presidencial. Ele destacou o peso eleitoral da ex-primeira-dama entre mulheres e evangélicos, além de minimizar rumores sobre disputas internas. “A gente vai estar junto”, afirmou, ao rebater especulações sobre eventuais divisões no clã Bolsonaro. Flávio falou com a imprensa, após visitar o pai, nesta manhã, e também garantiu: “Falei que essa candidatura é irreversível. Não vamos voltar atrás, vamos seguir em frente’.