Labubu, morango do amor e Bobbie Goods ilustram lógica do hype digital
Produtos de nicho ganham escala global ao unir estética, desejo coletivo e redes sociais
As Pesquisas do Ano do Google 2025 apontaram três protagonistas que surgiram em nichos específicos e rapidamente alcançaram escala global: Labubu, morango do amor e Bobbie Goods. Apesar de distintos entre si, os três fenômenos seguem a mesma lógica da economia da atenção, em que estética marcante, facilidade de compartilhamento e desejo coletivo transformam produtos em símbolos culturais e motores de mercado.
O Labubu, boneco criado pela fabricante chinesa Pop Mart, tornou-se um fenômeno impulsionado pelo TikTok e movimentou mais de R$ 2 bilhões em vendas. Já o morango do amor, doce artesanal altamente instagramável, extrapolou o universo das feiras e ganhou versões de luxo vendidas por até R$ 2.100 em São Paulo. Os livros de colorir Bobbie Goods, por sua vez, viralizaram nas redes sociais e ultrapassaram a marca de 150 mil exemplares vendidos no Brasil.



Economia da atenção e algoritmos
Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube exercem papel central nesse processo ao amplificar tendências e atribuir significado coletivo aos produtos. Nesse ambiente, atenção se converte em moeda: engajamento gera tráfego, que se transforma em demanda e, por fim, em receita. A lógica dispensa grandes campanhas publicitárias quando o conteúdo entra no ciclo de repetição, identificação e compartilhamento.
Os algoritmos de recomendação atuam como curadores invisíveis ao selecionar o que ganha visibilidade e relevância social. Ao priorizar determinados conteúdos, acabam influenciando diretamente buscas, consumo e comportamento coletivo.
Consumo digital e timing do Labubu, morango do amor e Bobbie Goods
Esse cenário se conecta ao avanço do comércio eletrônico no Brasil, onde a maioria dos consumidores prefere comprar online, especialmente via celular. A busca por preço e tendência se concentra nos mecanismos digitais, reforçando o papel das plataformas como vitrines culturais.
No entanto, a lógica do hype também impõe riscos. Fenômenos como Labubu mostram que a valorização rápida pode levar à saturação, revelando a fragilidade de modelos excessivamente dependentes da viralização. O sucesso exige timing preciso: entrar cedo demais pode parecer estranho; tarde demais, oportunista.
Cultura, símbolo e mercado
Quando um produto ultrapassa sua função original e se transforma em símbolo, passa a operar como moeda social. Labubu, morango do amor e Bobbie Goods deixaram de ser apenas itens de consumo para representar pertencimento, visibilidade e participação em um fenômeno coletivo.
O movimento indica uma fase em que cultura, tecnologia e mercado se fundem. Tendências não nascem mais apenas de grandes empresas, mas de comunidades digitais capazes de influenciar conversas globais em escala inédita.
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