A perda do mandato de Eduardo Bolsonaro, na quinta-feira (18), ganhou destaque na imprensa internacional, que ressalta as ausências do parlamentar e o contexto político envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O agora ex-deputado está nos Estados Unidos desde fevereiro e acumulou 59 faltas não justificadas em sessões deliberativas, número que ultrapassa o limite constitucional permitido.

A legislação brasileira prevê a cassação do mandato quando o parlamentar deixa de comparecer a mais de um terço das votações do plenário. Esse ponto foi central nas reportagens estrangeiras.

Faltas de Eduardo Bolsonaro por estar nos EUA pautam cobertura

O jornal argentino La Nación informou que ele não frequenta o Congresso desde a mudança para os EUA, onde passou a atuar politicamente em favor do pai. Segundo o veículo, “não comparece ao prédio do Legislativo em Brasília desde fevereiro, quando se mudou para os EUA para atuar como lobista em nome de seu pai, que atualmente está preso por tentativa de golpe”.

A ABC News descreveu que Eduardo Bolsonaro “alega ser perseguido politicamente em seu país e tem pressionado membros do governo Trump para que ajudem seu pai a reverter sua condenação”. Já a Bloomberg avaliou que o interesse do presidente Donald Trump na família Bolsonaro diminuiu após a cassação e a condenação do ex-presidente, apontando que “o interesse de Trump na situação de Bolsonaro parece ter diminuído, e ele agora discute a cooperação em áreas além do comércio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

A DW, da Alemanha, afirmou que “Eduardo Bolsonaro não comparece ao trabalho desde fevereiro para fazer lobby nos EUA em favor da liberdade de seu pai” e destacou a reação do ex-parlamentar, que disse que a ida ao exterior “valeu muito a pena por ter conseguido levar, pela primeira vez, consequências reais” a autoridades brasileiras.