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quarta-feira, 31 de dezembro de 2025
NEGOCIOS

Fertilizantes ganham nova geografia no Brasil e cresce 9,3% em 2025

35,86 milhões de toneladas de fertilizantes foram entregues entre janeiro e setembro de 2025

Otavio Augustopor Otavio Augusto em 31 de dezembro de 2025
Fertilizantes
Foto: Divulgação

O mercado brasileiro de fertilizantes mantém trajetória de expansão em 2025, refletindo a força do agronegócio e o aumento do investimento em tecnologia de solo. Dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA) indicam que, apenas em setembro, as entregas ao mercado interno somaram 5,38 milhões de toneladas, crescimento de 11,3% na comparação com o mesmo mês de 2024.

No acumulado de janeiro a setembro, a distribuição alcançou 35,86 milhões de toneladas, avanço de 9,3% frente às 32,80 milhões registradas no mesmo período do ano anterior. O resultado evidencia a maior demanda por insumos diante da expansão da área plantada, da intensificação produtiva e da busca por maior eficiência no uso do solo.

Mato Grosso lidera consumo e Centro-Oeste ganha protagonismo

O consumo de fertilizantes segue concentrado nas principais regiões produtoras do país. Mato Grosso mantém a liderança nacional, com 8,08 milhões de toneladas, o equivalente a 22,5% de toda a demanda brasileira no período. O volume reflete o peso do estado na produção de grãos e fibras, especialmente soja e milho.

Na sequência aparecem Paraná (4,51 milhões de toneladas), São Paulo (3,74 milhões), Rio Grande do Sul (3,54 milhões) e Goiás (3,53 milhões), além de Minas Gerais (3,22 milhões) e Bahia (2,43 milhões). O desempenho de Goiás reforça o papel do Centro-Oeste como eixo estratégico do consumo de insumos agrícolas.

Fertilizantes
Foto: Divulgação

Produção nacional avança, mas dependência externa persiste

Além da distribuição, a produção nacional de fertilizantes intermediários apresentou crescimento. Em setembro, a indústria brasileira produziu 713 mil toneladas, alta de 6,3% na comparação anual. No acumulado de 2025 até setembro, a produção atingiu 5,57 milhões de toneladas, crescimento de 6,6%.

Apesar do avanço, o país ainda depende fortemente do mercado externo. As importações somaram 31,49 milhões de toneladas entre janeiro e setembro, aumento de 8,4% em relação a 2024, mesmo com a queda pontual de 7,4% em setembro. Atualmente, o Brasil importa mais de 85% dos fertilizantes consumidos e 100% da ureia, o que expõe o setor a oscilações cambiais e riscos geopolíticos.

Leia também: Goiás acelera inovação e registra alta de 29% no número de startups em 2025

Logística e investimentos reposicionam o Rio de Janeiro

A logística tem papel central nesse cenário. O Porto de Paranaguá segue como principal porta de entrada de fertilizantes no país, com 8 milhões de toneladas movimentadas, o equivalente a 25,5% do total desembarcado. Paralelamente, o Rio de Janeiro desponta como novo polo estratégico para a produção nacional.

Segundo estudo da Firjan, os projetos mapeados no estado podem superar R$ 25 bilhões em investimentos até 2030. No Porto do Açu, uma parceria entre o complexo portuário e a Toyo Setal prevê a instalação de uma unidade capaz de produzir 1,38 milhão de toneladas de ureia e 781 mil toneladas de amônia por ano, com início das operações em 2026. O estado também avança na rota da amônia verde, baseada em hidrogênio de baixo carbono.

Fertilizante
Foto: Divulgação

Goiás aposta em fertilizantes verdes e inovação tecnológica

Goiás também se posiciona na agenda da sustentabilidade. Um projeto liderado pela startup japonesa Tsubame BHB, em parceria com a Atvos, prevê a produção de amônia aquosa verde a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A unidade será instalada na Usina Morro Vermelho, em Mineiros, com expectativa de gerar 90 empregos diretos e iniciar operações em 2028.

A tecnologia, testada desde 2019, utiliza catalisadores que operam em baixa temperatura e pressão, reduzindo riscos e emissões. A iniciativa se soma a esforços do governo estadual para atrair investimentos, fortalecer a economia circular e reduzir a dependência externa. Durante missão empresarial ao Japão, Goiás buscou apoio do Banco Japonês para Cooperação Internacional (JBIC) para projetos estruturantes, como eletrificação de alta tensão e ampliação da capacidade de armazenamento de grãos.

Com crescimento consistente do mercado, investimentos bilionários e avanço em fertilizantes de baixo carbono, o setor se consolida como um dos pilares estratégicos do agronegócio e da indústria brasileira.

 

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