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terça-feira, 30 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Pedras que Caiado, Daniel, Marconi e Wilder carregam no descanso

Único grave problema de Caiado é a impopularidade de Mabel em Goiânia; seu vice precisa cuidar da chapa do MDB e os outros concorrentes ao governo; além das nominatas de deputados, tem de pensar nos senadores

Nilson Gomespor Nilson Gomes em 30 de dezembro de 2025
Caiado
Os mais apurados, aflitos, desesperados, são os presidentes de partidos pequenos, não Ronaldo Caiado, Wilder Morais, Daniel Vilela, Adriana Accorsi, que comandam diretórios dos graudíssimos União Brasil, PL, MDB e PT Foto: Divulgação Secom Goiás/Reprodução Facebook/Reprodução Facebook/ Reprodução/ Facebook

Maior solzão brilhando, apenas uma nuvem atrapalha os dias radiantes em Goiás. É o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), impedindo que o governador Ronaldo Caiado (UB) desfrute apenas momentos perfeitos após as vitórias como chefe do Executivo goiano. O vice-governador Daniel Vilela (MDB) está na fazenda em que seu pai, Maguito Vilela (1949-2021), foi criado, na região de Jataí, no Sudoeste goiano.

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) curte as praias do Rio Grande do Norte em propriedade de familiares, mas com o olho comprido para o lado de cá, para não perder companheiros e ainda manter os que já possui. O senador Wilder Morais (PL) está em sua casa de Angra dos Reis, um paraíso do Rio de Janeiro, onde recebe lideranças liberais do País inteiro, inclusive um habitué, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Presidente dos nanicos não desgruda do celular

Está difícil encontrar políticos por aqui. Dos 10 mil assessores da Assembleia Legislativa, 6 mil comissionados, os que empurram em prefeituras e os prestadores de serviço, poucos são vistos por lá, agora muito menos. No Palácio Pedro Ludovico, a frequência também não é a mesma de quando o governador está por lá. Porém, algo pesa em favor deles: mantêm distância mínima do aparelho de telefonia celular. Os mais apurados, aflitos, desesperados, são os presidentes de partidos pequenos, não Ronaldo Caiado, Wilder Morais, Daniel Vilela, Adriana Accorsi, que comandam diretórios dos graudíssimos União Brasil, PL, MDB e PT. Vai que deixam de atender alguma ligação e é o dono da farmácia de uma ponta de rua em Corumbaíba pretendendo ser candidato a deputado estadual?

Ficam dia e noite esperando Godot. Marconi é o dia inteiro aguardando notícia da saída da deputada federal Lêda Borges, que parece que não vai sair é nada, só fofoca, até porque os demais partidos estão iguais a seu PSDB. O ex-governador está preocupado mesmo é com a chapa de senador – são duas vagas abertas e ninguém manifestou interesse agora. Vice, então, não aparece quem queira. Se fizer aliança com o PT, o ex-presidente nacional do PSDB não terá nome significativo, pois o PT não queimaria Edward Madureira ou Rubens Otoni, mas ao menos apareceria alguém para concorrer ao Senado.

Marconi deveria aderir logo a Lula

Marconi está deixando passar novamente arreado o cavalo da oportunidade de ficar com a esquerda para ficar com frações do eleitorado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Virou um drama de William Shakespeare misturado com o poema de Carlos Drummond de Andrade e o sucesso de Waldick Soriano: quem ele quer (Jair Bolsonaro), não o quer; quem o quer (Lula e demais esquerdistas), mandou embora; perdeu duas eleições de senador, 2018 e 2022, por falta de galhos para se segurar e novamente repete o equívoco. Assim, ele não oferece palanque a Lula temendo perder os bolsonaristas, se é que se pode perder algo que não se tem, e recebe a reciprocidade, os petistas não o ajudam – e são muitos, 41,29% na última eleição.

Caiado está muito mais calmo desde que chegou ao governo. Se fosse aquele antigo deputado federal, Mabel já teria ouvido cobras, lagartos e outros calangos. Iguanas em forma de palavras atravessariam aquela cabeça dura quando o governador tentasse lhe ensinar algumas lições de administração – e o prefeito está precisando, viu.

Paciência cada vez mais curta com Mabel

Talvez agora, de forças revigoradas, Caiado tenha fortalecido também a sua paciência, pois os relatos são de que ninguém aguenta ficar perto do prefeito de Goiânia, a menos que seja assessor muito bem remunerado. O mais provável é que o pré-candidato do União Brasil a presidente da República jogue Mabel para escanteio. Pesquisa AtlasIntel mostra a necessidade de evitar o contágio: enquanto o governador navega em águas tranquilas em faixa de aprovação sempre superior a 80%, o prefeito está atolado em pouco mais de 10% e na incessante ré em que se engatou logo alcançará os 3% de seu tempo de ministro sem pasta no governo de Michel Temer.

Os passos do vice a três meses de assumir

A receita para o vice que está em vias de assumir, sejam governos ou prefeituras, é fazer de conta que está tudo bem. Na verdade, a mente voa e os oportunistas voam mais ainda, só que para cima da autoridade. Daniel Vilela está com a mais difícil das missões, que é substituir um titular com alta aprovação. Tudo que ele fizer nada mais estará fazendo que o esperado e tudo que errar seria ato que o antecessor não cometeria. Uma injustiça, claro, mas é do jogo. A essa altura da performance do governador Ronaldo Caiado, o que era para ser feito, já o foi.

Aguarda-se que a equipe atual seja mantida, com a exceção de quem quiser ser candidato – e há um secretário citado como concorrente a cargo majoritário: o de Governo, Adriano da Rocha Lima, que disputa com José Mário Schreiner a vaga de vice. Das obras, vão sair os dois responsáveis, o presidente da agência (Goinfra), Pedro Sales (a deputado federal), e o secretário da área, Adib Elias (a deputado estadual). Também se movimentará a Educação, com a secretária Fátima Gavioli, que vai tentar vaga na Câmara dos Deputados, assim como o presidente do Detran, Waldir Soares, duas vezes campeão de votos, em 2014 e 2018.

Neste recesso, Daniel deve estar com a cabeça a mil mais por sua condição de presidente regional do MDB que pela pré-candidatura a governador ou a posse que se aproxima. No partido, é seu dever formar uma chapa forte, que aumente o número de deputados federais (em 2022, elegeu somente Célio Silveira e Marussa Boldrin), pois a sigla vive nacionalmente é dos fundões Eleitoral e Partidário.

 Daniel vai enfrentar dois concorrentes muito muquiranas, Wilder Morais e Marconi Perillo. Se depender dos dois, não sai sequer uma nota de 1 real dos próprios alforjes ou uma moedinha de 1 centavo daquelas algibeiras. Em 2022, Wilder foi eleito senador com campanha menor que a de Bruno Peixoto para deputado estadual. Marconi gastou muito porque era considerado favorito, liderando as pesquisas, aí arrumou dois herdeiros ricos (os dos grupos Laje e Votorantim) e os colocou de suplentes. Portanto, a máquina normal será suficiente.

 

 

 

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