Coluna

Economia goiana avança 1,3% no primeiro trimestre, prevê Instituto Mauro Borges

Publicado por: Jefferson Pereira dos Santos | Postado em: 25 de junho de 2019

Numa
primeira aproximação, baseada nas pesquisas realizadas
mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre
os setores agrícola, industrial e de serviços, comércio incluído, o Instituto
Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB) estima um
crescimento de 1,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) em Goiás no primeiro
trimestre deste ano, na comparação com os mesmos três meses de 2018. Trata-se
de um desempenho, a ser confirmado mais à frente, muito acima daquele observado
pelo IBGE para toda a economia brasileira, que registrou variação de apenas
0,5% em igual comparação.

As
principais diferenças aqui parecem se localizar nos setores de agropecuária e
na indústria, que apresentaram incremento de 1,1% e de 1,4%, respectivamente.
Os números podem ser comparados com virtual estagnação da agropecuária em todo
País (com recuo de 0,1%) e nova retração para o PIB industrial (-1,1% na média
para o conjunto da indústria brasileira, sempre diante do primeiro trimestre do
ano passado). No setor de serviços, que responde por 65,1% na formação do PIB
estadual, as taxas foram idênticas, com variação de 1,2% em Goiás e na média
brasileira.

Salvo
atualizações mais à frente, as projeções do IMB sugerem que a economia goiana
teria retomado um dinamismo mais intenso no trimestre final de 2018, quando
apresentou elevação de 3,1% (frente a 1,1% observado para o PIB do País),
observando-se certa desaceleração neste começo de ano – mas com números
melhores do que primeiro trimestre de 2018, quando o PIB chegou a encolher 0,9%
(enquanto o resto da economia avançava a uma taxa de 1,2%). Ainda na estimativa
do IMB, no ano passado, a economia estadual teria acumulada variação de apenas
0,6%, frente à taxa igualmente modesta de 1,1% colhida pelo PIB no País como um
todo.

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Alimentos e biocombustíveis

Destaque
no trimestre inicial de 2019 (muito embora tenha retornado ao terreno negativo
em abril), a indústria goiana teve seu crescimento sustentado pelos setores de
fabricação de alimentos e de biocombustíveis (etanol e biodiesel), na leitura
do IMB, “atividades com grande participação no total da indústria de
transformação”. A queda de 11,5% na produção da indústria extrativa no primeiro
trimestre, nos dados da pesquisa mensal sobre o setor realizada pelo IBGE, foi
compensada por um avanço de 3,3% no setor de transformação, o que teria
assegurado o crescimento de 1,3% para o PIB da indústria goiana. A produção de
alimentos e de biocombustíveis cresceu 4,0% e 30,4% no primeiro trimestre,
respectivamente, com alta ainda de 9,3% na produção de medicamentos.

Balanço

·  
Deve-se
anotar, no entanto, que os demais setores da indústria de transformação ficaram
no vermelho ao longo do trimestre analisado. Os setores de fabricação de
produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos), de veículos, metalurgia,
outros produtos químicos e minerais não metálicos sofreram perdas de 17,0%, de
10,1%, de 9,3%, de 8,2% e de 8,0% respectivamente.

·  
O
PIB da agropecuária, que vinha de um salto de 21,6% no quarto trimestre do ano
passado, anotou variação de 1,1% no primeiro trimestre deste ano, num resultado
melhor do que a retração de 3,1% observada no mesmo trimestre de 2018 (o que
contribuiu para que o setor encerrasse o ano passado com redução de 2,1% no seu
PIB).

·  
O
IMB considera, no trabalho de estimativa do PIB estadual, a possibilidade de o
setor agrícola ter sofrido influência positiva do desempenho das culturas
permanentes, “que mesmo tendo pouco peso no resultado total, apresentaram
resultados positivos no primeiro trimestre de 2019”.

·  
Entre
as lavouras temporárias, o instituto destaca o desempenho do milho, que se
recuperou das perdas observadas em 2018 em função de problemas climáticos, e
deverá apresentar incremento de 9,1% na produção, estimada em 9,879 milhões de
toneladas.

·  
No
segmento de serviços, a estimativa inicial parece ser sustentada basicamente no
comportamento das vendas do comércio, “a atividade que tem grande relevância no
setor”, conforme anota o IMB. A pesquisa mensal do comércio, do IBGE, mostra
que as vendas do comércio varejista ampliado têm se mantido positivas“desde julho
de 2018, com a recuperação no volume de vendas de veículos, motocicletas,
partes e peças”, acrescenta o IMB.