Coluna

Especialistas divergem sobre influência de artistas no eleitor

Publicado por: Redação | Postado em: 23 de julho de 2022

O mantra da eleição de 2018 do “Nós contra Eles” protagonizado por artistas e intelectuais, não surtiu o efeito desejado e Jair Bolsonaro foi eleito presidente. Com isso, caiu no esquecimento retornando agora com relativa força após a cantora Anitta ter declarado apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Devido a repercussão, a cantora foi às redes sociais e proibiu o uso de seu nome pelos petistas. Afinal, famosos influenciam o eleitor na hora de votar? A Xadrez procurou três especialistas em marketing político sobre o assunto, mas as opiniões se dividem entre o sim e o relativo. Para o professor aposentado da UnB, cientista político e consultor estratégico, Paulo Kramer é relativo: “O processo em que as pessoas consolidam suas decisões de voto, passa mais por conversas com aqueles membros do grupo familiar, profissional, escolar, igreja e amigos”. Kramer ressalta que “é um erro considerar categorias sociais amplas – a exemplo dos jovens – como bloco eleitoral unificado. O jovem evangélico da periferia, por exemplo, com curso do segundo grau incompleto, tende a cultivar opiniões políticas distintas do rapaz ou da moça de classe média alta, com nível universitário. E assim por diante”. Numa linha contrária, o advogado especialista em direito eleitoral e consultor de marketing político, Paulo Goyaz, artistas populares são grandes influenciadores na sociedade, principalmente nos mais jovens. “O apoio de artistas populares podem efetivamente ajudar o político numa eleição, pois atinge determinado público que às vezes não tem opinião formada”.

Só famosos não basta

Numa vertente mais abrangente, o consultor em Marketing Político e Comunicação Estratégica e diretor executivo da República Marketing Político, Darlan Campos, “vários fatores ajudam a eleger um candidato: história de vida, a narrativa, a estratégia de campanha, a conjuntura da eleição, o histórico do político e os recursos disponíveis”. Ele fria quer ter pessoas conhecidas e com credibilidade comprovada defendendo a uma candidatura, “ajuda, mas só isso não basta”.

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Anitta ajudou

Paulo Goyaz avalia que, no caso da Anita, ela fez o Lula ser o mais comentado na rede social, mas “Bolsonaro teve mais ganhos por conta da cantora ter proibido Lula de utilizar sua imagem ou seu nome. Soma-se ao desgaste, o fato dela defender a liberação da maconha. O pedido gerou cinco vezes mais visualizações para Bolsonaro. Durou pouco a repercussão positiva para Lula”.

Desafio tucano

Aliados do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e pré-candidato ao Governo de Goiás, dizem em conversas reservadas que, entre os maiores desafios dele, a falta de recursos encabeça a lista. Sem uma estrutura mínima em termos de apoio nos municípios, fica difícil enfrentar a máquina pública liderada por prefeito aliados de Ronaldo Caiado.

‘Pai’ Bolsonaro

Em busca da reeleição, Jair Bolsonaro (PL) abre o coração de bondades e amplia as ‘generosidades’ numa espécie de proteção social em tempos de crises econômicas. Ele quer acelerar os pagamentos de benesses do Auxílio Brasil, vale-gás dobrado e os vouchers para taxistas e caminhoneiros logo nas duas primeiras semanas de agosto.