Coluna

Ibope tenta, mas passa longe de explicar divergência numérica

Publicado por: Sheyla Sousa | Postado em: 25 de setembro de 2018

Ainda não há diferença de metodologia, amostra ou fato
político relevante que justifique os últimos números divulgados pelo instituto
Ibope, na pesquisa contratada pela TV Anhanguera. Além do estranhamento natural
diante de suposto crescimento de 11 pontos percentuais de Ronaldo Caiado (DEM),
na comparação entre os dados coletados até 16 de agosto e os apurados entre 18
e 20 de setembro, a principal divergência é admitida pelo próprio instituto, em
nota oficial.

É que depois dos questionamentos do ex-governador Marconi Perillo
(PSDB), em áudio compartilhado pelo whatsapp, o próprio Ibope confirma que
realizou mesmo outra pesquisa uma semana antes, com mesma amostra e método (812
eleitores, margem de erro de 3 pontos percentuais e nível de confiança de 95%),
mas resultados bem diferentes. No levantamento interno a uma empresa, Caiado subiu
apenas seis pontos, com estabilidade de Daniel e crescimento de cinco pontos
para Zé Eliton. A divergência se soma ao histórico de erros do instituto em
Goiás.

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Indignação

No áudio direcionado aos prefeitos da base aliada, Marconi
afirmava que recebia com “indignação” os números do Ibope que seriam resultado
de pesquisa “claramente comprada pelo Caiado”. E citou o levantamento interno.

Resposta

O instituto, em nota oficial, nega irregularidades. “Há um
intervalo de uma semana entre elas, o que pode explicar a diferença”, escreve.
O Ibope ainda “repudia a mensagem de Marconi de que vendeu a pesquisa”.

Iris espera “bom
senso”

A Câmara Municipal de Goiânia deve aprovar hoje, em segunda
e última votação, o projeto da prefeitura que reestrutura o sistema
previdenciário dos servidores da cidade e, na sequência, entrará de cabeça no
debate sobre o novo Código Tributário. A proposta já é motivo de novas pressões
sobre os vereadores, que passam a ser procurados por proprietários de casas de
alto valor, principalmente em condomínios fechados, além de empresários e
representantes do setor produtivo. O principal tema em debate é o aumento do
IPTU para 102 mil imóveis, enquanto que outros 562 mil, de menor valor venal,
terão redução na cobrança. O secretário de Finanças, Alessandro Melo, que
chefiou a elaboração do texto, defende que as mudanças realizam “justiça
fiscal, já que quem tem mais, pagará mais”. “Precisamos favorecer a população
de baixa renda. Essa é a nossa preocupação. Nada se faz do dia para a noite e
nem no grito. A Câmara não tem faltado no que é essencial e espero que tudo
deverá ser estudado com bom senso e espírito público”.

CURTAS

Lá fora – Com o
dólar mais caro, os gastos de brasileiros em viagens ao exterior estão em
desaceleração. Em agosto, essas despesas chegaram a US$ 1,382 bilhão.

Queda – A redução
é de 20,8% em relação a agosto de 2017 (US$ 1,745 bilhão), segundo o Banco
Central (BC). No acumulado, os gastos somam US$ 12,6 bi neste ano.

Organização – Na
primeira entrevista desde a facada, Jair Bolsonaro (PSL) define: “Não acredito
que ele agiu sozinho, ele não é tão inteligente assim”.

Novo velho apoio

Liminar suspendeu ata do Conselho Gestor Nacional do PHS e devolveu
o comando da sigla a Eduardo Machado, que declarará apoio a Ronaldo Caiado
(DEM). A sigla está coligada com Daniel Vilela (MDB).

Memória

Em janeiro, o conselho afastou Machado, alegando
irregularidades nas prestações de contas do partido. A ação gerou disputa jurídica
e, em fevereiro, o ministro Gilmar Mendes (TSE), deu parecer pelo afastamento
definitivo de Eduardo.

Tucano na mira

O Ministério Público de São Paulo abriu
investigação  contra o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). Reportagem da
Folha de S.Paulo apontou irregularidades em dois decretos que levaram a
desapropriações de terrenos de familiares do tucano.

À defesa

A apuração envolve eventual irregularidade nos decretos, de 2013
e 2014, que dispõem sobre desapropriações de terrenos do sobrinho, Othon César
Ribeiro, e a esposa dele Juliana Fachada. Os rendimentos foram de ao menos R$
3,8 milhões.

Desesperança

Base e negociador em todos os governos em Brasília, o
Centrão – bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade – já discute nos
bastidores como será um eventual segundo turno da disputa sem Geraldo Alckmin.

Milagre?

O grupo é o principal fiador da candidatura do PSDB. Em
público, por entanto, os dirigentes afirmam acreditar em uma “virada” no jogo,
nos últimos dias de campanha, e negam as conversas. Sei.