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quinta-feira, 15 de maio de 2025

Lula e STF serão os perdedores se a PEC da anistia for aprovada

Wilson Silvestrepor Wilson Silvestre em 24 de abril de 2025
Lula
Foto: Takeshi Gondo - Ilustrador

O jantar nesta quarta-feira (23), na residência oficial do presidente da Câmara, Hugo Motta (REP-PB) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os principais lideres dos partidos aliados, teve dois objetivos: selar um acordo para enterrar a PEC da anistia e aprovar as pautas de interesse do governo. A mais urgente é a PEC da segurança pública que sofre resistência, a outra, é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

No entanto, o simbolismo deste jantar com Lula é ele ter “calçado as sandálias da humildade”, ou seja, ter saído do Palácio para pisar no chão da política. De acordo com um experiente deputado federal que conhece bem o Centrão e Lula, esta é uma pista que diz muito sobre o momento em que se encontra o ‘guia dos povos’. Em queda livre na aprovação de seu governo e na intenção de votos para a reeleição, ele precisa do fisiologismo do Centrão para melhorar seu score junto ao eleitorado conservador.

Mas, no cardápio, conforme antecipou para a coluna um deputado federal que pediu anonimato, “o assunto STF que vai predominar depois deste jantar, será o comportamento do Congresso em relação ao STF, isto porque os togados estão sob pressão internacional. Se for aprovada a PEC da anistia, é inevitável um confronto dos poderes”, avalia.

A lógica mostra que a corda esticou muito e o STF não vai deixar arrebentar do lado dele. Aprovar a PEC da anistia, será também uma derrota para o presidente Lula que terá a imagem de articulador arranhada. Além disso, a opinião pública pode avaliar que o julgamento dos supostos golpistas, não passa de uma trama judicial.

Vencedores e vencidos

O governo e o STF são contra a PEC da anistia por razões distintas. Se aprovada na Câmara Federal, abre uma guerra com o STF que se vê enfraquecido em sua cruzada em punir todo mundo ligado ao bolsonarismo. Por sua vez, Lula sai enfraquecido como articulador político e vê seus projetos importantes, como o da segurança e do isenção do Imposto de Renda, serem mutilados. O Congresso fica bem com o eleitor, mas na mira dos togados do STF.

À deriva

“O recente episódio em que o deputado federal, Pedro Lucas (UB-MA) que esnobou o convite de Lula para assumir a pasta das Comunicações, mostra que o Planalto não está com essa bola toda. Muito pelo contrário”, avalia o cientista político e consultor em estratégias eleitoral, Paulo Kramer. Para ele, este é o sinal evidente de que o governo Lula está à deriva.

Capital escasso

Professor Kramer acredita que “Lula quer reduzir o dano da votação da anistia, concentrar o seu cada vez mais escasso capital político na proposta que mais interessa a ele: a juristocracia. É na justiça que reside a força dos partidos de esquerda contra candidatos da direita, principalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro”.

Dedo de Caiado

Deputados federais goianos são quase unânimes em dizer que tem “dedo de Caiado nessa mudança de comportamento do União Brasil no Congresso. Ele atuou discretamente para convencer lideranças a assinar o pedido de urgência para a PEC da anistia”.

Represália

De acordo com Caiado, as recentes divulgações por parte do Ministério da Justiça que indicariam a vinculação de postos de combustíveis em Goiás ligados ao crime organizado é uma represália contra suas críticas ao governo Lula. “A divulgação de dados falsos sobre Goiás não passa de um tiro político contra o estado que tem denunciado o acovardamento do Governo Federal no combate às facções”.

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