O presidente Lula não consegue desvincular a sua gestão dos escândalos e das crises de imagem. A nova denúncia, feita pelo ex-presidente da Petrobras e ex-senador Jean Paul Prates (PT-RN), lançou tensão sobre o Planalto. Prates afirmou que os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia, foram procurados por lobistas interessados em adicionar emendas ao projeto de lei das eólicas offshore — que não tinham relação com o texto original — e que implicariam diretamente no aumento das contas de luz dos brasileiros. 

As emendas “jabutis” foram inseridas durante a tramitação na Câmara dos Deputados e, segundo a Frente Nacional dos Consumidores de Energia, podem provocar um acréscimo médio de 3,5% nas tarifas até 2050, o que totalizaria um impacto de R$ 197 bilhões no bolso do consumidor. No entanto, o petista garantiu que os ministros tiveram conhecimento da manobra e optaram por não intervir. 

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O projeto original, que visava regulamentar a geração de energia eólica no mar, foi aprovado com as alterações. O presidente Lula chegou a vetar os trechos controversos, mas os vetos foram derrubados pelo Congresso. Prates também afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve ciência da situação. 

A denúncia reacende o debate sobre a influência de grupos econômicos no governo Lula — uma contradição no discurso do partido — e expõe fragilidades no Congresso, uma vez que muitos parlamentares votaram sem ter consciência do aumento — alegaram que foram enganados pelo Executivo. (Especial para O Hoje)