Mabel se reúne quase todos os dias para tentar resolver a questão dos aterros sanitários; solução está distante
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), se reúne quase todos os dias para tentar resolver a questão dos aterros sanitários, afirma assessoria de comunicação. O que se especula, no entanto, é que o gestor municipal quer solução que não corresponde à realidade local. Uma vez que o exemplo que ele foi atrás como referência em viagem à Europa não condiz com os desafios enfrentados na gestão da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).
A empresa enfrenta desafios financeiros crônicos relativos à concessão de cargos com remunerações generosas e contratos viciosos que resultaram em uma dívida impossível de se pagar somente com um “choque de gestão” como o Mabel, vez ou outra, faz parecer.
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Chegou ao ponto que não se pode apontar qual administração, nos últimos anos, foi a responsável. Todas contribuíram para isso. Em parte, por não limitar os cargos ofertados aos vereadores para acomodar aliados. Em parte, por não controlar os gastos exorbitantes de contratos suspeitos.
Compreendendo que o problema não se resolve de forma fácil, entra, em outra frente, a questão da necessidade de solucionar o impacto negativo dos aterros sanitários no meio ambiente. O modelo de reaproveitamento do lixo que o prefeito foi buscar em viagem internacional foi o de Milão. A cidade italiana utiliza uma usina de processamento dos resíduos, que tem um alto índice de reciclagem.
O gestor visitou a Empresa Milanesa de Serviços Ambientais (Amsa, em italiano), referência mundial em gestão de resíduos e serviços ambientais. A empresa possui números expressivos, como, por exemplo, a utilização de 100% dos resíduos municipais para a reciclagem ou produção de energia.
“Aqui é lixo zero. Todo lixo que entra é aproveitado, com 67% de reciclagem. É muita coisa. Estamos fazendo o nosso aí de 4% ou 5%, então estamos jogando muito material fora e enchendo nossos aterros. Aqui não tem aterro. Aqui, todo o lixo é processado, transformado em energia e adubo. Não existe aterro, e nós vamos acabar com esse de Goiânia também”, disse Mabel.
Sem apresentar os meios, aparenta ser um plano muito audacioso. Até o momento, uma promessa vazia. A Comurg não tem fôlego nem para lidar com as demandas existentes. Desse modo, um empreendimento completamente novo, não parece adequado.