Coluna

Quem acreditou nas pesquisas se frustrou com os resultados

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 03 de outubro de 2022

O cientista político e presidente do conselho científico de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), Antônio Lavareda repetiu várias vezes durante divulgação dos números para presidente da República, que “pesquisas fazem fotografias de momentos, medem atitudes, opiniões e mostram tendências, mas não medem comportamento”. Em parte, acertaram mas algumas erraram muito e Jair Bolsonaro não foi derrotado como o previsto. Em Goiás não foi diferente. O acerto foi só para governador onde Ronaldo Caiado (União Brasil) – que sempre aparecia na liderança confirmou os números sendo reeleito no primeiro turno. Para o Senado, Marconi Perillo (PSDB) aparecia como favorito, mas o eleito foi Wilder Morais (PL) que não constava entre os possíveis eleitos. Ao ‘colar’ em Bolsonaro os votos que seriam para João Campos (Republicanos) ou Delegado Waldir (União Brasil), migraram para Wilder. O mesmo não aconteceu com o “candidato a governador do presidente em Goiás”, Major Vitor Hugo (PL) que ficou em terceiro lugar. Quem acreditou nas pesquisas, ficou frustrado com os resultados das urnas. Menos com a reeleição de Caiado no primeiro turno que, a partir deste feito, escreve uma nova página na história da política goiana e torna-se um potencial candidato a presidente da República em 2026.

Wilder, o persistente

A determinação de Wilder Morais (PL) em vencer a corrida para a única vaga ao Senado e o pragmatismo na defesa de Jair Bolsonaro (PL), contribuíram para vencer o principal oponente, Marconi Perillo (PSDB). A derrota de Marconi para um não político profissional, representa um corte na história do PSDB em Goiás e consolida uma nova rota para a disputa de 2026. Wilder Morais passa a ser o novo player político deste cenários, tanto regional quanto no Congresso.

Continua após a publicidade

Damares senadora

Com o apoio da primeira-dama do País, Michelle Bolsonaro a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos) venceu a deputada federal Flávia Arruda (PL) e, até então, favorita à vaga do Senado pelo Distrito Federal.

Acreditou e venceu

Damares foi contra tudo e todos incluindo os bolsonaristas José Roberto Arruda e sua mulher, Flávia, ambos do PL, aliados de Jair Bolsonaro e do governador Ibaneis Rocha (MDB). Dameres ‘colou’ em Michelle Bolsonaro de quem é amiga e irmã de fé e disputou candidatura avulsa no Distrito Federal.

Ibaneis supera Roriz

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), ultrapassou o Joaquim Roriz (1963-2018) ao ser reeleito no primeiro turno com 50,23% dos votos válidos. Até então, Roriz era o único a ser reeleito no DF mas apenas no segundo turno. Ibaneis teve 823.683 votos e o deputado distrital Leandro Grass da federação PT, PV, PCdoB com 26,30%.

Silêncio nas ruas…

Diferente de outras eleições, esta foi atípica. Sem muita movimentação nas ruas, poucos carros circulando e parada de ônibus vazios completaram o quadro de desmotivação pela maior festa da democracia.

Povo triste

Nas secções de votação, mesmo onde as filas eram extensas, as conversas eram quase sussurros. As pessoas de cabeças inclinadas para baixo e sem nenhuma manifestação de alegria, diferente de 2018 em que mais parecia festa de confraternização. Tempos difíceis.