Taxa da Saneago não vai pesar no bolso. Só a palavra basta?


O líder de governo, vereador Igor Franco (MDB), garantiu que não haverá nenhum repasse para o consumidor final. A afirmação foi feita à TV Câmara de Goiânia, nesta quinta-feira (3), durante uma entrevista no Plenário, sobre a aprovação, em segunda votação, do projeto que aumenta a Taxa de Regulação, Controle e Fiscalização (TRCF) paga pela Saneago à Agência de Regulação de Goiânia (AR).
No entanto, o vereador Lucas Vergílio (MDB), que se declara independente, levantou uma questão perturbadora para os goianienses. Segundo Vergílio, não há qualquer linha no projeto que assegure que isso será cumprido no futuro. Ou seja, significa — usando uma expressão popular — que amanhã ou depois a empresa pode ‘acordar com a pá virada’ e dizer aos consumidores que não é possível prestar o serviço de saneamento sem repassar o valor para o consumidor.
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Para recordar, o Projeto de Lei Complementar nº 25/2024, que eleva a taxa de 0,5% para 1,5%, foi uma das bandeiras de um dos ex-prefeitos mais criticados da história recente de Goiânia, Rogério Cruz (SD). Inclusive, Sandro Mabel (UB), que surfou na onda de revolta contra o ex-gestor, disse durante a campanha que faria tudo diferente, mas, nesse caso — e em outros —, repete o seu antecessor: o prefeito apoiou o aumento da taxa.
Até o momento, o que parece é que Rogério criou uma escola de gestão e já formou o seu primeiro aluno: Mabel. Afinal, há outras medidas, que o pouco espaço não permite explorar, em que o prefeito seguiu o caminho de Cruz para resolver a crise financeira da Capital. Com essas contradições entre discurso e prática, será que se deve confiar somente na palavra do seu líder na Câmara? (Especial para O Hoje)