Diretor da Record é indiciado por assédio sexual

O diretor de Recursos Humanos da Record, Márcio Santos, encontra-se sob investigação policial pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de assédio sexual, ele já estava afastado de suas funções como pastor na Igreja Universal do Reino de Deus desde novembro quando o caso veio a público. O jornalista Elian Matte, do programa Câmera Record, relatou uma série de acontecimentos, incluindo perseguição nos bastidores da empresa e a captura de imagens não autorizadas de seu corpo pelo circuito interno de câmeras.

Segundo informações da revista Piauí, a investigação foi encaminhada ao ministério público no fim de fevereiro. O prazo de distribuição das evidências e depoimentos é de 30 dias. Ainda não há promotores para analisar se a denúncia será aceita.

Matte, em um depoimento, descreveu as investidas persistentes de seu chefe, que começaram em 2022 com convites privados e evoluíram para ameaças em 2023. “Tinha medo de cortá-lo e ser dispensado”, disse o jornalista. “Mas tudo piorou quando começou a usar a estrutura da TV para me monitorar.”

As evidências reunidas pelo jornalista incluem mensagens de texto e imagens de cunho sexual foram enviadas a ele por Santos, que inclusive enviou fotografias do próprio Matte, enfatizando partes específicas de seu corpo, como os quadris. “São pedidos insistentes para sair e, apesar das minhas negativas, continuou com conversas onde pergunta o tamanho do meu órgão genital”, relatou Matte.

Matte disse ter relatado o problema aos superiores na Record mas nada foi resolvido. Nem mesmo uma reunião com funcionários da alta cúpula da emissora foi capaz de oferecer uma solução adequada. A última medida do jornalista foi registrar uma denúncia formal à polícia, em busca de justiça e proteção.

Este não é o primeiro caso de assédio na Record nos últimos cinco anos. Anteriormente, Gerson de Souza enfrentou acusações semelhantes e foi posteriormente condenado por importunação sexual. Além disso, a âncora Rhiza Castro também denunciou assédio sexual por parte de um dos principais executivos do jornalismo da emissora. A Record ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.